Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone A fé que nos conduz

Fé é a confiança da criatura em seus destinos. É o sentimento que nos eleva ao Criador, a certeza de que estamos no caminho que nos conduz para a verdade.

De um modo geral, para adquirirmos a fé inabalável, passamos por tribulações da dúvida e angústias que nos embaraçam a jornada.

Se buscarmos respostas, se questionarmos, teremos como resultado a fé profunda porque estará alicerçada em tudo aquilo que a nossa razão aceita como coerente.

A razão, dizia o Apóstolo Paulo, é Deus em nós. É um reflexo da razão eterna.

Não podemos lhe desconhecer o valor e a utilidade. Se assim fizermos, estaremos menosprezando a natureza humana e ultrajando a própria Divindade.

A fé, iluminada pela razão, nos abre um campo vasto de ação consciente. Harmoniza as nossas faculdades e nos traz paz interior.

Não se trata, portanto, de uma simples crença em certos dogmas religiosos. Está na convicção que nos anima e nos arrebata para os ideais elevados.

Quando temos fé em nós mesmos e ainda a conjugamos com a fé no Pai de bondade, temos capacidade de realizar grandes obras.

Foi assim que Francisco de Assis revolucionou o pensamento cristão, na Idade Média, convidando os homens a um retorno ao Cristianismo primitivo.

Sensibilizou corações jovens que o seguiram, comungando do seu ideal de amor a Deus e às criaturas. Um grande ecologista à sua época, exemplificando o respeito a todo ser vivente.

Foi assim que Madre Tereza de Calcutá venceu todas as dificuldades, até mesmo a má vontade de alguns, e fundou a sua obra de assistência aos pobres mais pobres.

Atraiu para si pessoas idealistas que lhe secundaram os esforços e suas casas de benemerência se espalharam pelo mundo, instaladas sempre nos lugares mais necessitados.

Foi assim que Irmã Dulce, na Bahia, ergueu um hospital, na sua fragilidade orgânica mas grande força moral.

Conseguiu a adesão de muitos corações, tocados pela sua energia.

Foi assim que Divaldo Pereira Franco, também na Bahia, ergueu um lar de bênçãos, a Mansão do Caminho. Atendimento à criança, à família, ao idoso.

Pão para o corpo, pão para a alma com educação, desde a mais tenra idade. Um projeto para formar homens instruídos, esclarecidos. Homens de bem para o mundo.

Todos motivados pela fé. A mesma fé que move o artista, o pensador, o filósofo. Fé que é a visão de algo maior, de um ideal sonhado e que deve se concretizar.

Fé que repousa na base sólida que lhe oferecem o livre pensar e o livre exame.

Mãe dos grandes feitos e dos mais nobres sentimentos, torna o homem firme perante tudo que lhe ocorre.

Detentor de fé, o homem não se permite abalar pelas lutas, pelos revezes. Ao contrário, firme, a tudo enfrenta.

Fé em si mesmo, Espírito imortal. Fé num poder superior, que a tudo governa, tudo preside.

Quando todas as almas encarnadas na Terra se unirem nessa fé poderosa, assistiremos à maior transformação moral que a História jamais registrou.

Iniciemos por nós mesmos, agora, hoje, enquanto é tempo.

 Redação do Momento Espírita, com base no cap. XLIV,
pt. 5, do livro
Depois da morte, de Léon Denis, ed. FEB.
Em 4.11.2019.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998