Momento Espírita
Curitiba, 24 de Novembro de 2024
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ícone A veste dos Espíritos

Inúmeros são os relatos daqueles que dizem ter visto anjos, santos. Ao longo da História, alguns desses videntes foram tidos como loucos ou alucinados.

Durante a Idade Média, eram tidos por bruxos e fogueiras foram alimentadas com seus corpos, toda vez que insistiam em afirmar a veracidade das suas visões.

Na França do século XV, uma menina de treze anos passou a ter visões. Chamava-se Joana e viria a se tornar a heroína da França.

De uma França destroçada pela ausência de amor patriótico, que ela bem soube reacender nas almas.

Joana d’Arc identificava especialmente três dos Espíritos que lhe apareciam como sendo Santa Catarina, Santa Margarida e São Miguel.

Sabe-se que São Miguel nunca declarou a ela se chamar assim. É ela que o denomina dessa forma.

Talvez por ele lhe aparecer trajado da forma que vira, na igreja de sua infância, onde ia orar diariamente, a imagem de pedra como sendo essa personalidade.

Quanto à Santa Catarina e Santa Margarida, essas são designadas a Joana pelo próprio São Miguel.

Durante os interrogatórios a que foi submetida em seu processo de condenação, ela afirmou: Vi São Miguel e os anjos com os olhos do meu corpo, tão perfeitamente como vos vejo.

E, quando se afastavam de mim, eu chorava e bem quisera que me levassem consigo.

Mas ela não somente vê e ouve maravilhosamente essas criaturas, como também as sente pelo tato e pelo olfato.

Toquei em Santa Catarina, que me apareceu visivelmente. E, referindo-se às duas santas, continua: Abracei-as ambas. Rescendiam perfumes. É bom se saiba que rescendiam perfumes.

Certa feita, quando lhe perguntaram se esses santos da Igreja lhe apareciam nus, de uma forma inteligente, ela contra-argumenta:

Por que me indagais isso? Acreditais que Deus não teria com que vesti-los?

Aqueles que têm visões se referem a indumentárias simples, desataviadas, como uma grande veste branca. Outros descrevem com detalhes roupas e adereços, próprios da época em que viveram os personagens que se lhes apresentam à visão.

Deveria transcorrer o tempo e revelações da própria Espiritualidade nos serem feitas, para que pudéssemos entender um pouco mais a respeito desse mundo espiritual, de onde viemos e para onde retornaremos.

Não existe o vácuo, o vazio em parte alguma. Tudo está cheio do hálito de Deus, fluido universal.

E é desse fluido que, ao sabor da própria vontade, cada Espírito se serve para reproduzir as vestes que deseja, sobretudo, quando se mostra à visão mediúnica, a fim de ser identificado.

Bem tinha razão a jovem heroína em afirmar que Deus tinha com que vestir os Espíritos.

E, em palavras simples, nos ensinou que o mundo espiritual é de grande riqueza, superando em muito as tantas que conhecemos no planeta que habitamos.

É um mundo de ação, beleza, perfumes. Um mundo que nos cerca e que convive conosco, os que transitamos pela carne, temporariamente.

Um mundo povoado de seres que por nós velam e nos protegem.

Redação do Momento Espírita, com base nos caps. 4 e 11
do livro
Joana D’Arc (médium), de Léon Denis, ed. FEB.
Em 1º.10.2019.

 

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