Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Seja meus olhos

A tecnologia a serviço do bem é capaz de proporcionar revoluções belíssimas.

O aplicativo Be my eyes é um bom exemplo disso.

Be my eyes significa Seja meus olhos. A proposta do aplicativo é manter uma comunidade global de pessoas cegas ou com visão limitada, em conjunto com voluntários sem deficiência visual.

Be my eyes captura o poder da tecnologia e a conexão humana para levar a visão para pessoas que não têm esse sentido.

Através de uma chamada de vídeo, voluntários dão auxílio visual em situações que vão desde combinar cores até checar se as luzes estão acesas ou preparar o jantar.

Além de tudo, o aplicativo é gratuito.

Vejamos como funciona.

Quando um usuário cego ou com visão limitada solicita ajuda através do aplicativo, Be my eyes manda uma notificação para vários voluntários.

O aplicativo funciona conectando um usuário que necessita de auxílio com um voluntário que consegue ver, baseado na língua que eles falam e no fuso horário.

O primeiro voluntário a responder à solicitação é conectado àquele usuário específico e recebe uma transmissão de vídeo ao vivo da câmera traseira do smartphone do usuário.

A conexão de áudio permite que o usuário e o voluntário resolvam a tarefa juntos.

Que bela forma de unir as pessoas! Que maneira criativa de colocar a tecnologia a serviço do bem, do trabalho voluntário, mesmo à distância.

Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, escrevendo sobre a lei do progresso e a civilização em O Livro dos Espíritos, afirma:

De duas nações que tenham chegado ao ápice da escala social, somente pode considerar-se a mais civilizada, na legítima acepção do termo, aquela onde exista menos egoísmo, menos cobiça e menos orgulho;

Onde os hábitos sejam mais intelectuais e morais do que materiais; onde a inteligência se puder desenvolver com maior liberdade; onde haja mais bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas;

Onde menos enraizados se mostrem os preconceitos de casta e de nascimento, por isso que tais preconceitos são incompatíveis com o verdadeiro amor do próximo;

Onde as leis nenhum privilégio consagrem e sejam as mesmas, assim para o último, como para o primeiro; onde com menos parcialidade se exerça a justiça; onde o fraco encontre sempre amparo contra o forte; onde a vida do homem, suas crenças e opiniões sejam melhormente respeitadas;

Onde exista menor número de desgraçados; enfim, onde todo homem de boa vontade esteja certo de lhe não faltar o necessário.

*   *   *

Que possamos ser os olhos para alguém quando for necessário.

Que sejamos a voz dos que não falam, que sejamos um pouco de luz para os que vivem na escuridão.

Que possamos ser o olhar de alegria e otimismo quando todos só enxergarem tristeza.

Que consigamos cantar quando o mundo opressor nos queira calar.

Que possamos nos sentir como os braços do Criador, atuando no mundo com afeto e segurança, não permitindo que ninguém, que passe pelo nosso caminho, permaneça desamparado.

Sejamos os olhos de alguém.

 Redação do Momento Espírita, com base em comentários
de Allan Kardec à questão 793, de
O Livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 13.9.2019.

 

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