Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone A técnica do grito

Conta-se que nas Ilhas Salomão, no Pacífico Sul, os nativos descobriram um jeito inteiramente diferente de derrubar árvores.

Se algum tronco é grosso demais para ser abatido com os seus machados, eles o derrubam no grito.

Isso mesmo, no grito. Lenhadores sobem na árvore toda manhã bem cedinho e se põem a gritar.

Repetem o ritual durante trinta dias. A árvore morre e cai por terra. Segundo eles, o método nunca falha e a explicação, também segundo os nativos, é que, gritando, eles matam o espírito da árvore.

Os civilizados logo pensam que se eles dispusessem de tecnologia moderna, poderiam simplesmente derrubar a árvore com máquinas poderosas, rapidamente e de forma mais eficiente.

Entretanto, a técnica desses nativos nos leva a pensar em como nós ainda utilizamos o grito em nossas vidas.

Gritamos no trânsito, quando um motorista desatento executa alguma manobra infeliz, dificultando a nossa livre circulação.

Gritamos no jogo de futebol, com o juiz, o bandeirinha, o jogador, e até mesmo com a bola que parece desviar do gol só para nos provocar.

Falamos alto com o segurança do banco porque a porta giratória nos impede a entrada. Xingamos o caixa do supermercado porque é muito lento, porque não empacota a mercadoria, porque nos fornece o troco errado.

Brigamos com os aparelhos eletrodomésticos porque não funcionam direito.

Em casa, muitas vezes, ao chamarmos a atenção para o que está errado, esquecemos de controlar o volume da voz e falamos alto demais com nossos filhos, com a esposa, com nossos irmãos.

Quase sempre gritamos com as crianças quando estão fazendo alguma traquinagem. Contudo, o grito, além de não educar, assusta.

Podemos imaginar os distúrbios provocados no organismo frágil dos pequenos, com um grande susto?

Com os colegas de trabalho, é comum exagerarmos no tom da voz apenas para dizer que determinada tarefa deve ser refeita.

Em locais públicos, como restaurantes, lanchonetes, quando em grupos, nos esquecemos do respeito que devemos às pessoas, e nos permitimos gargalhar, falar alto demais. E nem nos damos conta do quanto a nossa algazarra perturba os ouvidos alheios.

Tudo isso nos faz reflexionar. Se os nativos das Ilhas Salomão descobriram que as árvores são sensíveis aos gritos, que dizer dos seres humanos!

Pensemos: com gritos e gargalhadas, perturbamos ambientes e pessoas. Com palavras grosseiras, ditadas pela nossa impaciência, podemos partir corações que nos amam ou criar inseguranças em filhos pequenos, que passam a nos temer, em vez de respeitar.

*   *   *

No trato pessoal, a fala desempenha papel importante.

A magia da voz é daquelas que não deve ser esquecida por todos os que se acham envolvidos nas lides humanas, escutando os diversos corações.

Por isso, utilizemos a palavra para construir, edificar, com o objetivo de fazer a vida brilhar.

Falemos com valor, falemos com amor, para que sejamos felizes e façamos os demais também felizes.

Não nos esqueçamos de que a gentileza e o respeito no trato pessoal também significam caridade.

 Redação do Momento Espírita com base em artigo de Robert Fulghum, da
Revista
Presença Espírita, nº 222, ed. LEAL; pensamentos do cap. 28, do livro
Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier,
ed. CEC e pensamentos do cap. 22, do livro
Vozes do infinito, por Espíritos
diversos, psicografia de Raul Teixeira, ed. FRÁTER.
Em 17.8.2019.

 

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