Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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Não há, basicamente, em nenhum nível, uma outra educação que não seja a autoeducação.

Toda educação é autoeducação e nós, como professores e educadores, somos, em realidade, apenas o entorno da criança educando-se a si própria.

Devemos criar o mais propício ambiente para que a criança eduque-se junto a nós, da maneira como ela precisa educar-se por meio de seu destino interior.

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A lição trazida por Rudolph Steiner, importante educador, filósofo e artista, criador da Pedagogia Waldorf, exige nossa atenção e estudo aprofundados.

O processo da educação não ocorre de fora para dentro e nem de uma única via. Todos nós nos autoeducamos juntos.

Assim, tanto a função dos pais, os primeiros educadores, como a dos professores, da escola, é proporcionar esse entorno rico, propício para que a criança se autoeduque.

Outro grande educador, Johann Heinrich Pestalozzi, acreditava que a escola deveria ser a extensão do lar, propiciando um ambiente familiar para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto.

Ao contrário de muitos dos seus contemporâneos, o pensador suíço não concordava totalmente com o elogio da razão humana. Para ele, só o amor tinha força salvadora, capaz de levar o homem à plena realização moral.

Aí estaria então o ambiente propício para que a criança pudesse se educar junto ao educador.

Por fim, Allan Kardec, aluno de Pestalozzi, trará no âmago da obra espírita esse mesmo viés de pensamento.

Segundo ele, a educação que apresenta a chave do progresso moral não é a do intelecto e nem mesmo a educação moral pelos livros, mas aquela que consiste na arte de manejar os caracteres.

E caracteres, qualidades, tendências, não se manejam de fora para dentro. Ninguém deixa de ser orgulhoso, vaidoso porque leu em livros ou porque foi forçado por educadores.

Aliás, essa forma tradicional de lidar com as imperfeições da alma, escondendo-as ou mascarando-as, traz maiores problemas naqueles que desejamos modificar as más tendências ou os vícios.

Verdadeiramente, somente mudamos quando nos autodescobrimos. O autodescobrimento ou autoconhecimento é que propicia a autoeducação.

Dessa forma, educandos e educadores devemos mergulhar nesse processo rico de descoberta interior, um auxiliando o outro. Obviamente, o mais preparado, com maior experiência nas coisas da vida, terá condições de orientar o processo, de provocar a reflexão e proporcionar experimentações, vivências, que façam com que a autoeducação aconteça.

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Que se faça pela moral tanto quanto se faz pela inteligência e se verá que, se existem naturezas que se recusam a aceitá-las, há, mais do que se pensa, as que exigem apenas uma boa cultura para produzir bons frutos.

Eis o papel do educador: a boa cultura, o solo fértil, o entorno saudável para que a nova planta possa se desenvolver ou se autodesenvolver.

Redação do Momento Espírita, com base em obra de
Rudolph Steiner:
GA 306, palestra de 20.4.1923, tradução de VWS
e na questão 917 de
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 21.6.2019.

 

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