Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Vai ficar tudo bem

Let it be é o décimo terceiro e último álbum do grupo inglês de rock, The Beatles.

Foi gravado entre janeiro de 1969 e março/abril de 1970 e foi lançado em 8 de maio de 1970.

Inicialmente, o nome previsto para o álbum era outro. Mas acabou sendo mesmo o nome da faixa composta por Paul McCartney.

Paul a escreveu em homenagem a sua mãe, Mary McCartney, vítima de câncer de mama, quando ele tinha quatorze anos de idade. À época, a morte da mãe o abalara profundamente.

Conta Paul que, certa noite, sonhou com a mãe vindo em sua direção e lhe dizendo Let it be. Algo como Deixa estar ou Vai ficar tudo bem.

Quando acordou, já estava com a melodia da música na cabeça e os versos foram brotando:

Quando eu me encontro em tempos difíceis, mãe Maria vem para mim, falando palavras de sabedoria: “Vai ficar tudo bem”. E, nas minhas horas de escuridão, ela está em pé bem na minha frente, falando palavras de sabedoria, sussurrando palavras de sabedoria: “Vai ficar tudo bem”.

E, quando as pessoas de coração partido, morando no mundo concordarem, haverá uma resposta: “Vai ficar tudo bem”.

Pois, embora possam estar separados há ainda uma chance que eles verão. Haverá uma resposta: “Vai ficar tudo bem”.

E quando a noite está nublada, há ainda uma luz que brilha em mim, brilha até a manhã: “Vai ficar tudo bem”.

Eu acordo ao som da música. Mãe Maria vem para mim. Não haverá tristeza. “Vai ficar tudo bem”.

*   *   *

Os versos traduzem alegria. Alegria ante a constatação de que a mãe vive a Imortalidade do Espírito.

E de onde quer que se encontre, nesse imenso Universo de Deus, vem ao encontro do filho quando as dificuldades se fazem maiores, quando as dores se tornam superlativas.

É o atestado do amor materno, que jamais abandona os seus filhos, sublimando-se no sentimento de amar, incondicionalmente.

Muitos filhos, como Paul McCartney, lhes detectam a presença generosa. Outros podem nem perceber, nem se dar conta.

Mas mãe é essa criatura especial que vela sempre, que faz da vida do filho a sua própria, que renuncia a seus prazeres e necessidades para suprir o de que carece o filho.

Também é uma canção de esperança. Esperança de que um dia todos possam perceber essa realidade. Tudo é passageiro na Terra. Tudo passa.

A morte separa as pessoas fisicamente, mas ninguém pode separar Espíritos que se amam. Porque o amor é indestrutível e tudo vence.

Vence o tempo, vence as fronteiras da morte, brilha na Imortalidade.

E, para amenizar a saudade da ausência física, nas asas do sono, os seres se encontram: uns ainda prisioneiros na carne, outros já libertos no mundo espiritual.

E, enquanto as horas do sono se fazem reparadoras para o corpo cansado, o Espírito sonha, nos campos espirituais.

Finalmente, depois dos dias de separação, dos anos de paciente espera, o grande reencontro das almas se faz.

Pensemos nisso e não nos permitamos o mergulho no poço da depressão. Nossos amores vivem.

E a dor que nos castiga agora, vai passar. Tudo vai ficar bem... logo mais.

Redação do Momento Espírita.
Em 11.5.2019.

 

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