Desde eras primitivas, os seres humanos aprendemos a desenvolver ferramentas e instrumentos para facilitar o trabalho e tornar nossa existência menos árdua.
Das primeiras lascas de pedra, utilizadas para cortar, desbastar e raspar, até os aparatos tecnológicos mais modernos, que agilizam atividades e operações, vimos empregando nossa inteligência no desenvolvimento e na criação de soluções para problemas e desafios.
Porém, da mesma forma que criamos essas ferramentas para alavancar o progresso, uma parcela de nós, movidos por ganância, orgulho e egoísmo, nos servimos delas para nos impor sobre os demais, para humilhar, destruir, roubar.
Criamos o machado para cortar troncos e abrir picadas na mata, possibilitando nos deslocarmos com mais desenvoltura.
No entanto, alguns o utilizamos para agredir e matar companheiros de jornada, a fim de lhes roubar os frutos do seu trabalho e esforço.
Criamos a escrita. Com ela escrevemos leis, cânticos, livros e poemas maravilhosos. Outros a utilizamos para assinar sentenças de morte e registrar ofensas e injúrias.
Com o avião vencemos os ares e encurtamos distâncias. Contudo, quando nos voltamos para a guerra, vimos nele a ferramenta perfeita para lançar bombas sobre cidades e povoados, matando milhões de pessoas.
Desenvolvemos medicamentos para aliviar dores, curar e diminuir o sofrimento humano.
Homens maliciosos nos utilizamos de algumas dessas substâncias para criar mecanismos de fuga da realidade, produzindo-as em larga escala, auxiliando a viciar milhões de seres que se perderam no consumo indiscriminado de drogas.
A invenção da roda e, posteriormente, do automóvel, facilitou o nosso deslocamento, também o transporte de cargas, impulsionando o progresso.
Alguns de nós, inebriados pela velocidade, perdemos a vida em corridas e rachas sem sentido, movidos pelo prazer ilusório que ela proporciona.
A internet foi criada para resguardar pesquisas e importantes documentos de eventual destruição. Com o tempo, foi aberta ao público para que pudesse ser utilizada na troca e armazenagem de dados importantes.
Hoje, vários de nós a transformamos em repositório de inutilidades e coisas sem sentido, que ocupam milhões e milhões de páginas virtuais.
As redes sociais possibilitaram aproximar pessoas que se encontram fisicamente distantes. Mas, as usamos para veicular notícias falsas, ódio e agressões, frutos da intolerância, preconceitos e fanatismo de todo tipo, afastando familiares e amigos.
Outras tantas ferramentas e instrumentos estão à disposição da Humanidade para fomentar o progresso. De que forma as utilizamos depende do nível evolutivo dos que delas fazemos uso.
Que possamos estar atentos à forma como nos servimos do que temos, das oportunidades que recebemos para fazer o bem e espalharmos exemplos de amor ao Pai e ao próximo.
Exatamente como nos foi ensinado há milhares de anos pelo Mestre Jesus.
Pensemos de que maneira estamos nos servindo desses talentos que a Divindade nos permitiu criar, inventar, obter.
E busquemos deles nos servir somente para o bem, para coisas grandiosas, próprias dos que fomos criados por um Deus de amor e paz.
Redação do Momento Espírita, com base em
O livro das invenções, de Marcelo Duarte, ed.
Companhia das Letras.
Em 15.3.2019.
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