Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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Residente em Aracaju, no Estado do Sergipe, Reinaldo é vendedor de coco há quarenta e dois anos, em diversos parques da cidade.

Seis dias por semana, empurra um pesado carrinho carregado com sua mercadoria, garantindo o sustento de sua família.

Por pouco, sua história não teve um final trágico. Era comum que, vez ou outra, dormisse no carrinho, abrigando-se sob uma lona, pois sua residência é distante e o transporte público, precário.

Naquela noite, todavia, o esforçado senhor decidiu que iria para casa. O dia fora bastante cansativo e ele desejava repousar com um pouco mais de conforto.

Durante a madrugada, enquanto descansava, vândalos invadiram a praça onde ele deixara seu carrinho. Por pura maldade, atearam fogo nele, queimando, inclusive, os produtos que o comerciante comprara para reabastecer seu estoque.

No dia seguinte, quando chegou à praça para trabalhar, o idoso se desesperou. Aos prantos, questionava-se como iria se recuperar daquele prejuízo, como iria sustentar sua família a partir dali.

Por ser bastante conhecido e querido por aqueles que frequentam o parque, muitos o tentavam consolar, enquanto outros fotografavam a barbárie, a fim de registrar o acontecido.

Por meio das redes sociais, uma dessas fotos chegou à diretora comercial de uma empresa.

Percebendo que não bastava apenas compartilhar o sofrimento do próximo sem nada fazer para auxiliá-lo, ela iniciou uma campanha virtual para arrecadar doações e, dessa forma, devolver àquele senhor o que perdera.

O prejuízo do trabalhador girava em torno de três mil reais. Em vinte e quatro horas de campanha, Simone e seu grupo de apoiadores levantaram quase o dobro dessa quantia.

Após três dias, a campanha foi encerrada. Depois de prestar contas da arrecadação, a generosa cidadã escreveu àqueles que contribuíram com a causa:

Gratidão a Deus, em primeiro lugar, e a todos que nos apoiaram, para que pudéssemos devolver ao senhor Reinaldo a esperança e a alegria de poder voltar a trabalhar com dignidade e muita batalha, como sempre o fez.

*   *   *

Atribuído ao filósofo Theodor Lipps, o conceito de empatia define-se pela capacidade psicológica de sentir o que o outro sente, caso se vivenciasse a mesma situação por ele enfrentada.

Jesus, o Mestre por excelência, recomendou-nos a empatia no trato com nossos irmãos: Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.

Trata-se, primeiramente, de sermos bons ouvintes. Ouvindo, não fazemos julgamentos precipitados sobre as ações do outro. Antes, buscamos compreender suas razões.

Ainda, e seguindo as lições do Cristo, termos olhos de ver: enxergar o próximo como alguém único, com uma história única, que ora acerta, ora erra em suas escolhas.

Reconhecer, portanto, que todos necessitamos de perdão, de sermos perdoados, o que nos exige humildade.

Finalmente, exercitar o amor. Perceber no outro a assinatura Divina, o Semblante de Deus.

Perceber que somos todos frutos das mesmas mãos e, dessa forma, irmãos; que somos uma família divina cujo destino é a verdade, a felicidade, o bem e a paz.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base em
biografia de  Reinaldo Bispo dos Santos.
Em 13.3.2019.

 

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