Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Liberdade, a grande dádiva

O poeta Medeiros e Albuquerque, ao escrever os versos do Hino à Proclamação da República do Brasil, colocou como estribilho: Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós! Das lutas na tempestade, dá que ouçamos tua voz!

Liberdade é o grau de independência de um cidadão ou de uma nação.

Em filosofia pode ser compreendida como a ausência de submissão e de servidão. A autonomia e a espontaneidade de uma pessoa.

A Revolução Francesa de 1789 estabeleceu no artigo primeiro da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.

Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

A partir de 10 de dezembro de 1948, a Organização das Nações Unidas, em sua Declaração Universal dos Direitos Humanos estabeleceu que os homens nascem e são livres e iguais em direitos.

As distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum.

Liberdade é uma grande dádiva. E somente lhe damos o devido valor, quando a perdemos.

Uma holandesa, que foi prisioneira durante a Segunda Guerra Mundial, diz que a sua memória da libertação é mais forte do que qualquer coisa.

No dia 8 de maio de 1945, pela manhã, os alemães abandonaram o campo de concentração. Então, trabalhadores escravos entraram nos galpões de prisioneiros e deram a notícia: Estavam livres.

Podiam entrar e sair. A guerra tinha chegado ao fim.

Ela diz que se sentiu crescer, como se tivesse ficado mais alta.

Ficou com a coluna ereta, a cabeça erguida, alongando o corpo.

Para ela, aquele foi o dia mais lindo da sua vida. Poder alongar-se, sentir o corpo, o rosto virado para o sol, ser tomada pela sensação de que tudo havia acabado, de que ela havia sobrevivido.

Era impossível descrever o sentimento intenso de felicidade se espalhando pelo seu interior. Estava livre. Os que as aprisionavam haviam ido embora.

O que fazer, agora? Ela recorda que havia pilhas de areia ao lado dos galpões.

Eram pilhas que as prisioneiras tiveram que montar com muita precisão, ajustando até com as mãos.

Naquele momento de alegria, ela e as companheiras pularam e pularam em cima delas.

E o grande comentário era que ela, Bloeme Evers-Emden, a holandesa, filha de um lapidador de diamante e uma costureira, havia predito que no primeiro dia ensolarado de maio chegaria a libertação.

Ela mesma não sabia porque dissera aquilo. Brotara espontaneamente dos seus lábios, de dentro para fora.

Com certeza, um mensageiro celeste lhe assoprara aos ouvidos, para que permanecesse acesa a chama da esperança naqueles corações tão maltratados.

Felicidade era a tônica daquele momento. Tanta que elas nem sabiam como expressá-la.

Correr, cantar, abraçar, entrar e sair do campo de concentração. Era uma alegria inigualável.

*   *   *

Liberdade! Tesouro extraordinário.

Já pensamos em como somos felizes em poder andar pelas ruas, termos o direito de ir e vir?

Reclamamos de tantas coisas: do salário, da saúde que anda um pouco abalada, do frio, da chuva, da tempestade, do calor...

Lembremos dessa liberdade nossa de todos os dias e a valorizemos. E a preservemos.

Pensemos nisso e agradeçamos a Deus termos as asas da liberdade abertas sobre nós, neste imenso país continental chamado Brasil.

 Redação do Momento Espírita, com base no cap.
Bloeme Evers-Emden, do livro  Os sete últimos meses de
Anne Frank, de Willy Lindwer, ed. Universo dos Livros.
Em 8.3.2019.

 

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