Devido às complicações da caxumba, Thays Martinez ficou cega aos quatro anos de idade. Tal fato, entretanto, não a impediu de se tornar uma mulher forte, corajosa e conquistar a profissão de seus sonhos.
Para lutar por uma vida mais justa, ampla e de maior acessibilidade aos deficientes visuais brasileiros, tornou-se advogada.
Quando contava vinte e seis anos, viajou para os Estados Unidos, a fim de receber o seu cão labrador Boris. No final da década de 1990, ainda não havia no Brasil treinamento para cães-guias e, por isso, ela precisou buscá-lo fora do país.
No ano 2000, no mês de maio, a advogada e Boris saíram de casa para fazer história.
Recém-chegados dos Estados Unidos, ambos tiveram a entrada barrada numa estação de metrô. Animais não eram permitidos.
Thays, então, moveu uma ação judicial contra a companhia de transporte. Com Boris ao seu lado, a advogada realizou a própria defesa, conquistando uma vitória histórica no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Antes mesmo da decisão judicial, que permitiu o acesso de cães-guias ao metrô da maior metrópole do país, o caso de Thays e Boris havia inspirado a aprovação de leis que garantem o acesso desses animais a todo e qualquer local público e privado de uso coletivo.
Em 2012, Thays lançou o livro Minha vida com Boris, no qual relata sua história de superação. A obra revela que, com força de vontade, somos capazes de superar todas as adversidades e alçarmos voos cada vez mais altos.
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O Mestre Nazareno, revelando-nos Sua missão, asseverou: Eu vim para que todos tenham vida. E vida em abundância.
E o que é viver se não uma sucessão infinda de atos de superação?
Ao nascer, superamos a gravidade. Pouco a pouco, vamos nos pondo em pé, aprendemos a caminhar.
Ao tomarmos consciência de nós mesmos, novamente precisamos aprender a caminhar. Dessa vez, porém, com os pés do Espírito, os quais, não sem esforço, nos conduzem a Deus, à perfeição, à felicidade.
Para isso, é preciso que superemos as atribulações próprias de nossa ainda frágil condição espiritual.
Percebendo nossas limitações, nossas fraquezas, os vícios morais que tornam nossos passos vagarosos, ao superá-los deixamos para trás o homem velho. Com dedicação e boa vontade, construímos o homem novo.
Esse homem que entende a nobreza do perdão, pois sabe sermos todos devedores, em maior ou menor grau, no tribunal da consciência.
O novo homem que pratica a caridade, porque todos, independentemente de nossa atual condição, precisamos ainda de muito para ajuntarmos tesouros no céu.
O homem novo que ama, pois compreende que o amor é força motriz que tudo cria, tudo move, que a todos nos une, que nos legitima enquanto irmãos, que ressalta a assinatura do Criador presente em tudo e em todos.
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Lembremo-nos: as noites mais escuras revelam as estrelas mais brilhantes.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base no livro
Minha vida com Boris, de Thays Martinez,
ed. Globo.
Em 19.2.2019.
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