Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Renúncias

A vida é feita de escolhas. Certamente já ouvimos algo nesse sentido.

A todo momento estamos optando por isso ao invés daquilo, seguindo este caminho e deixando aqueloutro à margem ou à espera.

Quando crianças tínhamos o sonho de ter tudo. Escolher era difícil. Quando nos perguntavam se queríamos esse ou aquele brinquedo ou doce, dizíamos, sem pestanejar: Quero os dois.

Se tivemos bons pais, eles nos ensinaram a fazer as pequenas renúncias desde cedo, a entender que para conseguir algo importante, precisávamos abdicar de outras coisas.

A virtude da renúncia nos mostra que possuidor é aquele que cede.

Somos detentores transitórios disso tudo que tanto nos encanta os olhos: corpo, bens, objetos, valores, posições sociais, poder.

Somente permanecem os tesouros inapreciáveis que provêm das fontes seguras do Espírito: amizade, amor, perdão...

O mundo dos sentidos é atraente. A fascinação pelo brilho dos primeiros lugares na ribalta seduz a grande maioria. Renunciar a isso tudo parece tolice, covardia, fraqueza de caráter.

Porém, os resultados dessas escolhas têm se mostrado desastrosos, pois vão contra a natureza da alma, que foi criada para a felicidade verdadeira e não para usufruir de prazeres efêmeros.

Esses são caminhos que nos levam a voos muito baixos, de tetos limitados, que não nos mostram nenhuma paisagem bela e não satisfazem por muito tempo.

Agora, os voos da alma que sabe renunciar às convenções terrenas para abraçar as certezas divinas, esses são altos e seguros.

Exigem certos sacrifícios, sim, pois toda grande conquista necessita deles, mas são sacrifícios recompensados com muita alegria e ganhos reais para o ser.

Nosso lado infantil, ainda mimado, quem sabe, associe renúncia à perda, a ficar sem alguma coisa.

Porém, se a renúncia é realizada com bases lúcidas, maduras, só haverá ganho para o Espírito. O que aparentemente perdemos, perceberemos mais tarde que não era tão importante assim.

Uma mãe ou um pai, por exemplo, que renunciam à carreira profissional, durante anos de suas vidas, para que possam seguir a missão da paternidade ou maternidade dentro de um lar, com dedicação exclusiva, podem dizer que perderam chances na profissão, no mundo.

Podem afirmar que deixaram de ter certa satisfação pessoal ou mesmo ainda a possibilidade de ter sua independência financeira.

Isso é verdade, no entanto, devem perceber o que irão receber ao realizarem essa elevada renúncia: ganharão amores para todo o sempre; ganharão, quem sabe, a chance de reconciliações que aguardavam séculos para se concretizar; ganharão conhecimentos em áreas que somente ali, no cadinho doméstico, serão capazes de ganhar.

E são tantas belas renúncias que vemos por aí... Renúncias silenciosas, discretas, que fazem de seus portadores almas enobrecidas, exemplos valiosos para todos nós.

A terra é planeta de provas. Nas provas temos inúmeras escolhas. Que saibamos fazê-las com maturidade, com segurança, renunciando o que for preciso para que conquistemos os tesouros da alma.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 50, do livro
 
Convites da Vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
 de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 11.2.2019.

 

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