Momento Espírita
Curitiba, 24 de Novembro de 2024
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ícone Nave espacial

Filmes de ficção científica já mostraram, com muita riqueza, cenas de naves espaciais imensas cruzando o Cosmo a velocidades espantosas.

Dentro delas, pequenas cidades. Salas, quartos, restaurantes, espaços de lazer, tudo que se possa imaginar.

Além disso, uma enorme tripulação levando uma vida normal, como se estivesse num planeta qualquer. Nem parece estar cruzando o espaço velozmente.

Uma visão futurística? Um futuro distante? Na verdade, não.

Curiosamente, vivemos uma realidade exatamente como essa, sem perceber. Somos passageiros de uma grande nave que se desloca rapidamente pelo espaço. Ela se chama Terra.

O planeta gira em torno do Sol a uma velocidade altíssima, cerca de cento e sete mil quilômetros por hora. Além disso, todo nosso sistema solar gira em torno do centro da galáxia a uma velocidade de cerca de setecentos e setenta e oito mil quilômetros por hora.

Poderíamos ir adiante na citação de velocidades, pois nem a Via Láctea está parada. No entanto, ficando apenas com estes dados temos uma informação impressionante: a cada minuto a Terra está, no Universo, a dezenove mil quilômetros de distância de onde estava antes.

Isso faz de todos nós viajantes siderais.

É muito interessante saber que há cerca de dois mil anos imaginávamos que a Terra era o centro do Universo. A teoria dizia que o planeta estava parado e o Sol girava em torno dele.

Era o homem e seu egocentrismo, aflorado em suas crenças.

Essa teoria durou quase mil e setecentos anos, e só foi substituída pela teoria heliocêntrica – o Sol como centro do Universo - a muito custo.

Astrônomos, como Nicolau Copérnico, sofreram para conseguir provar que a proposta anterior precisava ser revista.

O homem não era o centro de tudo. O Universo era maior e mais complexo do que se imaginava.

Hoje se sabe um tanto mais. Nosso Sol é uma anã amarela, pequenina diante das gigantes estrelas descobertas. Nosso sistema solar é reduzida composição num dos braços da imensa Via Láctea, que também não é a maior das milhões de galáxias existentes.

Tudo isso nos leva a perceber que somos viajores do espaço. No momento, habitamos a espaçonave Terra, mas podemos tripular outras ao longo da grande viagem, de acordo com a necessidade e o merecimento.

Não somos o centro do Universo. Fazemos parte dele, como engrenagens importantes de algo extremamente complexo e belo.

Por tudo isso, vale a pena refletir sobre nossos propósitos de vida, se estamos nos comportando como viajantes realmente.

Muitos ainda cremos que só existe a matéria; que a vida se inicia no berço e termina no túmulo; que o mais importante é ter do que ser.

Muitos ainda levamos uma vida egocêntrica, como se o Universo girasse ao nosso redor. Todos existem para nos servir, para nos atender, e quando não o fazem se tornam inimigos e incômodos.

Facilmente nos frustramos. Teimamos em nos conservar parados quando tudo ao nosso redor está em movimento, mudando, evoluindo, crescendo em direção à perfeição.

Assim, enxerguemo-nos como um membro da tripulação Terra, uma nave espacial fantástica que cruza o Cosmo enquanto aprendemos, dia após dia, sobre o amor universal.

Redação do Momento Espírita.
Disponível na Agenda Momento Espírita 2020, ed. FEP.
Em 25.3.2019.

 

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