Em uma apreciação rasa das ocorrências do mundo, talvez pareça que as injustiças imperam.
Entretanto, a ordem cósmica é perfeita e ninguém consegue burlar seus imperativos.
Não há como negar que os homens erram, em sua imperfeição.
Às vezes utilizam a liberdade de modo infeliz e causam dores na vida do próximo.
Mas absolutamente ninguém se furta de assumir as consequências de todos os seus atos.
Ações dignas se convertem em bênçãos e luzes.
Desafios vencidos, com coragem e dignidade, abrem portas para fases mais ricas da existência imortal.
O mesmo se dá com relação aos equívocos, apenas com outra conotação.
Tudo o que se faz, diz e pensa, tem consequências.
A influência que se exerce no mundo vincula o porvir.
Quem incentiva o vício, semeia a dor ou dilapida os tesouros da vida, prepara dias de angústia para si próprio.
Contrariamente ao que por vezes se pensa, o propósito da Lei Divina não é punir.
Ela objetiva educar, corrigir e levar o faltoso à reparação.
A dor, como resultado do equívoco, é apanágio de quem se nega a retificar o que fez.
Isso não implica que o ato de reparar, embora não tenha necessariamente uma conotação dolorosa, seja fácil.
Tudo depende da gravidade dos desdobramentos do ato praticado.
Imagine-se que um homem induz outro a desenvolver determinado vício ou a adotar certa conduta leviana.
O primeiro vincula-se aos reflexos de seu agir inconsequente.
O segundo pode ter estrutura moral mais frágil e se complicar de modo grave.
Talvez ponha a perder o equilíbrio de sua família e a própria saúde.
Quem o induziu ao despenhadeiro terá de auxiliá-lo na caminhada de retorno.
Assim, convém prestar muita atenção na influência que se exerce sobre o semelhante.
Nunca se sabe o quanto os próprios atos, exemplos e palavras podem ser impactantes.
Quem se faz instrumento do mal lança algo em direção ao futuro.
O único modo de impedir o retorno, na forma de aflições, é se dispor rapidamente à reparação.
Uma vez consciente do equívoco, impõe-se assumir corajosamente as consequências.
Providências nobres, voltadas à reconstrução da harmonia, constituem o amor que cobre a multidão de pecados, no dizer evangélico.
Tendo em mente a perfeição da ordem cósmica, não há razão para se angustiar com as aparentes injustiças do mundo.
Certamente convém agir para que elas sejam minoradas e o mal gradualmente se extinga.
Contudo, tal pode se dar em regime de tranquilidade e confiança em Deus.
Afinal, se cada um é livre para fazer o que deseja, a lei cuida de todos.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 19.1.2019.
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