Na cidade de Beatrice, no Estado americano de Nebraska, os quinze membros do coral da igreja haviam combinado um ensaio geral.
Era o dia primeiro de março de 1950 e o horário ajustado foi às dezenove horas e vinte minutos.
Como quase sempre ocorre, quando se marcam eventos, ensaios, que envolvam várias pessoas, uma ou outra se atrasa alguns minutos.
Dessa forma, era fácil prever que, naquela noite, algum membro do grupo chegasse mais tarde.
Afinal, eram quinze pessoas com diferentes afazeres. O extraordinário, no entanto, foi que às dezenove horas e vinte e cinco minutos nenhum deles estava no local.
Duas senhoras, independentemente uma da outra, não conseguiram dar partida nos seus respectivos carros. Cada qual foi solicitar ajuda de alguma forma, mas o fato é que isso as impediu de chegar, na hora marcada.
Uma das meninas ficou retida, em casa, até um pouco mais tarde, porque precisara concluir a sua tarefa escolar.
Duas outras, embevecidas com o capítulo da novela, perderam a hora. Outra, dormira tão profundamente, que a mãe tivera que chamá-la repetidas vezes para que despertasse.
O próprio dirigente do coro se atrasou porque ficou esperando que sua mulher acabasse de passar o vestido da filha mais velha, também membro do coral.
Ninguém compareceu no horário, por motivos triviais, quase tolos. E se poderia pensar em simples coincidências.
O que é de nos indagarmos é qual a possibilidade matemática de quinze pessoas de um mesmo grupo se atrasarem, ao mesmo tempo.
O cálculo é complexo e o fato poderia não ter importância alguma.
Isso se não tivesse acontecido o que aconteceu: às dezenove horas e vinte e cinco minutos daquela noite, ou seja, cinco minutos depois da hora que o ensaio deveria ter começado, uma explosão destruiu completamente a igreja da cidade.
Ninguém estava lá e os danos foram somente materiais.
* * *
Existe um Deus, que a tudo governa, tudo vê, tudo provê. Suas leis são justas e ninguém sofre o que não lhe é devido.
Isso assinala uma Lei que se chama de ação e reação, que nos diz que para tudo que nos sucede, existe um motivo. Se não é desta vida, trata-se de algo de existências passadas.
Por isso, algo nos detém o passo e nos atrasamos alguns segundos ou minutos. Isso nos evita o envolvimento em algum acidente de trânsito à frente.
Por isso, alguém nos chama, quando nos encontramos à porta e exige que façamos algo, antes da nossa saída.
Esse atraso nos fará perder o ônibus, o avião... que poderá sofrer um acidente, no seu trajeto.
A Lei Divina é precisa. E se acreditamos que há muita injustiça na Terra, o que podemos ter certeza é de que não há injustiçados.
Tudo tem uma razão de ser, de acontecer, cabendo-nos recordar a sábia exortação de Jesus: A cada um será dado segundo as suas obras.
Seria necessário transcorrer os séculos para aprendermos a respeito da multiplicidade das vidas, a fim de compreendermos o exato sentido desse ensino de Jesus.
Ensino que nos leva a entender porque algo ocorre conosco e não com nosso vizinho, nosso amigo, nosso parente.
Ou, ao contrário, acontece com nosso conhecido e não nos alcança.
Lei Divina. Lei de Justiça.
Pensemos a respeito.
Redação do Momento Espírita, com base no
cap. 3, do livro Estudos e crônicas, de
Hermínio C. Miranda, ed. FEB.
Em 7.12.2018.
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