Nem sempre a vida transcorre como desejaríamos.
Muitas vezes, planejamos percorrer alguns caminhos, realizar alguns sonhos, e logo nos vemos encaminhados para outras estradas e outros desafios.
Não raro olhamos em nosso entorno e desejaríamos outra realidade. Desejaríamos que fossem bem diferentes os nossos dias.
Menos horas de trabalho a fim de podermos gozar um tanto mais das delícias de viagens de lazer.
Gostaríamos de um marido ou esposa de mais fácil trato.
Queríamos filhos mais amorosos e compreensíveis.
Anelamos um ambiente de trabalho mais adequado, tranquilo, com pessoas mais gentis e agradáveis.
Porém nem sempre nossos desejos se realizam.
É verdade que ao nos endereçarmos a Deus, ao orar, frequentemente dizemos Seja feita a Sua vontade, assim na Terra como nos céus.
Porém, na vida prática, no cotidiano nos esquecemos que a vontade de Deus se faz sempre.
Porque Sua vontade é pura bondade, justiça e amor. Ela permeia toda a nossa existência, desde nossa criação. Vela por nós desde os primeiros dias aqui na Terra, até o momento de retorno ao mundo espiritual.
E na continuação da vida, o amor de Deus prossegue a nos conduzir os passos.
Porém, tomados por um imediatismo, uma falta de paciência, uma fé vacilante, vamos imaginando que nossa vida deveria ter outro destino.
Não raro pensamos que não merecíamos passar por essa ou aquela dificuldade.
Enumeramos as pessoas que deveriam desaparecer de nosso convívio, pois só nos prejudicam, colocando-nos na posição de vítimas da vida, como se assim pudesse ser.
Porém o amor de Deus alcança a todos nós, em todos os instantes da existência.
Construir esse entendimento nos faz um pouco mais dóceis e resignados perante os revezes e as dificuldades que a vida nos oferece.
Por mais difíceis que se mostrem os caminhos, por mais desafiadoras que as provas se apresentem, teremos a todo momento o amparo amoroso de Deus, podendo a Ele recorrer sempre.
Para nos explicar isso, Jesus usa a simbologia dos pássaros, que mesmo sem semearem nem colherem, nada lhes falta, pois Deus provê as suas necessidades.
Refere-se ainda aos lírios dos campos, que não tecem, nem fiam. Contudo, Deus, Nosso Pai, os veste de forma única.
Por isso Jesus nos aconselha a não nos inquietarmos com o amanhã, fazendo-nos compreender que cada dia naturalmente trará suas necessidades e seus deveres.
O que devemos fazer é sempre agir com retidão e justiça; com amorosidade e paz de espírito.
No mais, Deus proverá.
Assim, busquemos aceitar com alegria, disposição e fé o que a vida se encarrega de colocar em nossos caminhos.
Um cônjuge de mais fácil trato talvez não nos ensinasse a paciência que hoje aprendemos a ter.
Filhos mais compreensíveis talvez não nos dessem a oportunidade de construir o desprendimento e o amor incondicional que temos hoje.
E um ambiente de trabalho mais fácil e gentil quem sabe não nos provocaria a desenvolver a gentileza, a benevolência e compreensão que carregamos em nós.
Assim, a cada desafio que a vida nos impõe, ali também está o convite amoroso de Deus, nos chamando para o progresso e melhora íntima.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 27.10.2018.
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