Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Dissolvendo sentimentos

É possível esquecer algo ruim que alguém nos fez?

Esta foi a questão de Carlos, na conversa com o amigo, em que era trazida à baila a questão do perdão.

Perdoar, argumentou Fred, é esquecer o sentimento.

Como esquecer? Podemos, por acaso, esquecer o dia do nosso casamento? Do nascimento do nosso filho?

Podemos esquecer o dia em que tivemos uma grande alegria? Ou podemos esquecer o dia em que batemos o carro, ou quando fomos dispensados da empresa, de rompante?

É claro que não há como apagar fatos de nossa memória, disse-lhe Fred, porém, podemos esquecer as emoções que nos fazem mal.

Por exemplo, não esquecemos o dia da batida do nosso carro. No entanto, não é natural sofrer o estresse e reviver os transtornos gerados naquele dia, toda vez que lembrarmos do fato.

Naturalmente que não, respondeu-lhe Carlos. Não faz sentido, nem tem nexo ficarmos amarrados em uma situação que aconteceu.

Pois então, por que não pensamos da mesma forma com situações e pessoas que nos magoam? Por que insistimos em reprisar e reviver cada momento que nos constituiu sofrimento?

Com certeza, é uma situação muito delicada, difícil mesmo. Mas, em síntese, são sentimentos que nos fazem mal.

Alguém nos agride, nos humilha, nos rouba, um amigo trai a nossa confiança e nos isolamos na mágoa, na raiva, na decepção.

Contudo, respondeu Carlos, mesmo sendo sentimentos que fazem mal, é impossível apagá-los! Ficam na memória!

Não, as lembranças ficam impressas na memória, os sentimentos são do coração e podemos transformá-los.

O primeiro passo seria reavaliar a situação que nos atingiu. E desenvolver uma certa empatia para com o ofensor, o agressor, o amigo que traiu a nossa confiança.

Compreender as limitações que ele apresenta, as dificuldades que traz na sua intimidade, as circunstâncias que o envolveram e o levaram a ser agressivo, ou indelicado, ou indiferente.

Todo aquele que prejudica alguém, de forma consciente, é uma alma doente.

É alguém que carece do medicamento da nossa compaixão, do curativo da nossa ponderação, do lenitivo do nosso perdão.

Assim, na medida que buscamos outros olhares sobre a situação, ela vai se modificando em nossa intimidade.

Naturalmente que isso leva um tempo. É como se estivéssemos dissolvendo um sentimento, aos poucos, lentamente.

Algumas vezes pode até levar muito tempo. Porém, se não começarmos um dia, até quando ficaremos com esse sentimento ruim dentro de nós, nos fazendo infelizes?

Pensemos nisso. Se desejamos tanto a felicidade, se almejamos dias mais tranquilos para nós mesmos, comecemos esse processo de dissolução dos maus sentimentos.

Desses sentimentos que nos fazem mal à alma, deixam nosso dia infeliz e acabam por se transformar em enfermidades, em nosso corpo físico.

Façamos uma lista desses que nos atormentam quase todos os dias: a mágoa, a raiva e todos os demais que identifiquemos em nós.

E iniciemos, de forma paulatina e constante, nossa liberação deles.

Para nossa própria felicidade, comecemos hoje mesmo esse procedimento, verdadeiro tratamento para nossa alma.

Afinal, todos merecemos desfrutar de felicidade.

 Redação do Momento Espírita.
Em 18.10.2018.

 

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