Quando lemos os Evangelhos, nos deparamos com diversas indagações dos Apóstolos a Jesus. Eles tinham dúvidas, desejavam aprender. Por isso, perguntavam.
Em certa oportunidade, indagaram: Por que dizem os escribas que Elias deve vir antes do Messias?
O Mestre esclarece que Elias já viera mas que os homens não o haviam reconhecido. Por isso, haviam feito com ele o que bem quiseram.
O Evangelista completa seu registro com a frase: Então, os discípulos compreenderam que ele falara de João Batista.
Esse texto bíblico não deixa dúvida. A ideia da reencarnação era aceita, desde que os discípulos haviam conhecido João Batista, e entenderam que ele era Elias reencarnado.
Muitas pessoas, por não compreenderem o mecanismo da reencarnação, simplesmente a negam.
Entretanto, homens ilustres, que deixaram seus nomes registrados nas páginas da História, compreendiam que a reencarnação é a resposta lógica para questões que uma única existência deixa em aberto.
Vitor Hugo, poeta e romancista francês que viveu no século dezenove, registrou:
De cada vez que morremos ganhamos mais vida. As almas passam de uma esfera para a outra sem perda da personalidade, tornando-se cada vez mais brilhante.
Eu sou uma alma. Sei bem que vou entregar à sepultura aquilo que não sou.
O túmulo não é um beco sem saída, é uma passagem. Fecha-se ao crepúsculo e a aurora vem abri-lo novamente.
Mohandas Gandhi, líder pacifista hindu, falou da pluralidade das existências dizendo:
A forma está sempre mudando, sempre perecendo, mas o Espírito que a anima jamais muda, jamais perece.
O verdadeiro amor consiste em se transferir do corpo para o que reside interiormente, e então compreender, necessariamente, a unidade de toda a vida que habita inumeráveis corpos.
Honoré de Balzac, romancista francês do século dezenove, teve oportunidade de expressar-se a respeito, afirmando:
As virtudes que adquirimos, e que se desenvolvem em nós lentamente, são elos invisíveis que ligam cada uma das nossas existências às outras.
Existências das quais apenas o Espírito tem lembranças, porque a matéria não guarda memória de coisas espirituais. Somente o pensamento guarda as tradições de uma vida passada.
O filósofo alemão Arthur Schopenhauer dizia que quando morremos, lançamos fora a nossa individualidade como roupagem usada, e nos regozijamos porque estamos para receber outra, nova e melhor.
Léon Tolstoi, romancista russo e reformador social, também falou da reencarnação:
Nossa vida presente é apenas uma das muitas milhares de vidas pelas quais passamos, vindos de outra vida, mais real, para a qual retornamos após a morte.
* * *
Pitágoras, assim como Sócrates, Platão e outros filósofos da Antiguidade, tinham a convicção da multiplicidade das vidas físicas.
Não se utilizavam do termo reencarnação, mas conheciam e admitiam a sua existência.
A ideia se corporifica com o nome de reencarnação somente no século dezenove, criada pelo francês Allan Kardec.
A palavra pode nos parecer nova, mas a ideia existe desde tempos remotos.
Pensemos a respeito.
Redação do Momento Espírita, com base em Testemunhos
sobre a reencarnação, pt. 2, do livro A reencarnação através
dos séculos, de Nair Lacerda, ed. Pensamento.
Em 14.10.2022.
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