A vida, na atualidade, sobretudo nos grandes centros habitacionais, está sempre mais apressada.
Parece que o dia deixou de ter vinte e quatro horas ou que os ponteiros dos segundos e dos minutos estão andando bem mais rápido.
Em suma, vivemos aos atropelos, como desejando tirar o atraso por algo que ainda não fizemos ou que temos a fazer.
Também, em função de tantas notícias de assaltos, violência, a intranquilidade tem rondado os nossos passos. E, alguns de nós andamos apressados pelas ruas, a pé ou de carro, como se alguém sempre estivesse nos seguindo.
Em resumo, vivemos intranquilos.
Conta-se que um executivo teve problemas com seu automóvel e precisou se dirigir ao trabalho de trem.
Era a hora do rush. E lhe pareceu que todos os trabalhadores estavam tomando aquela condução, junto com ele.
A desconfiança era a sua nota dominante, rodeado por um mar de gente de todos os tipos.
Chegando à estação central, dirigiu-se à porta para descer. Um homem mal vestido, que o olhava muito, acercou-se do mesmo local. E tropeçou nele.
O executivo logo teve a ideia: É um ladrão. Acaba de me roubar a carteira.
Quando o trem abriu a porta e o homem ia saindo, ele o segurou pelo paletó e gritou: Devolva a minha carteira!
O homem o olhou quase com pavor, libertou-se do paletó e saiu a correr. A porta do trem tornou a se fechar e o executivo começou a procurar a sua carteira.
Não estava em nenhum dos bolsos do paletó que ficara em suas mãos.
Ele foi tomado por uma crise de raiva. Que tolo ele era. É claro que o ladrão colocara a carteira em um dos bolsos da calça.
Quando chegou ao escritório, amargurado, pensou: Meu dia está totalmente perdido. Cedo, já fui roubado. Que mais posso esperar do restante das horas?
Então, a secretária anunciou: Sua esposa está ao telefone!
Era só o que me faltava! – Pensou ele. O que será agora? Mais problemas?
Apanhou o fone e antes de qualquer cumprimento, foi logo perguntando: E daí, qual é a má notícia?
Ela respondeu calma e, ao mesmo tempo surpresa, com o tom de voz do marido. Parecia irritado.
Nenhuma notícia ruim, querido. Não consegui que atendesse o celular e quero lhe avisar que você esqueceu a sua carteira em cima da mesa da sala.
O executivo sentou-se pesadamente na cadeira à frente da sua mesa de trabalho.
Meu Deus! Eu roubei o paletó do pobre homem.
* * *
Toda vez que agimos com precipitação, estamos sujeitos a cometer enganos e até injustiças.
É assim que, ao interrompermos a fala das pessoas, tentando adivinhar, de imediato, o que elas têm a nos dizer, acabamos com diálogos que poderiam ser interessantes, esclarecedores.
A desconfiança é outro fator que nos conduz a ações incorretas.
Desconfiamos de tudo e de todos. No entanto, se olharmos bem, veremos que há muita gente boa ao nosso redor. Pessoas que nos ajudam quando tropeçamos, que nos avisam de algum problema à frente, que nos perguntam se tudo está bem conosco.
Acionemos a calma, a ponderação. Enchamos nossa mente de pensamentos positivos. Sejamos cautelosos, sim. Mas, não precipitados, nem desconfiados em demasia.
Como diz a canção popular: O mundo é bom.
Estejamos atentos e vivamos mais tranquilos.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5, do livro
A estrela verde, de Divaldo Franco e Délcio Carvalho,
ed. LEAL.
Em 29.8.2018.
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