Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone O dia do padrasto

Todo ano, quando chega agosto, as homenagens se fazem presentes aos pais.

As lojas fazem promoções, os restaurantes apelam para as homenagens ao velho pai, as escolas elaboram trabalhos e encenações para o evento.

Pai é o protetor da candura, da infância, do lar. Pense-se em proteção e a imagem que surge, habitualmente, é a de um homem forte, zelando pela prole.

A questão é atávica, pois sempre se imputou ao homem, pela sua força e coragem, a questão de proteção aos seus filhos.

No entanto, quando se fala de Dia dos pais, desejamos lembrar de almas valentes que devem se encaixar em famílias já prontas.

Desejamos lembrar da figura heróica do padrasto. Essa criatura que adentra um lar já formado e precisa ter o cuidado e o esmero de consagrado cirurgião.

Ele se casa com uma mulher e o filho mais velho o enfrenta, no primeiro dia: Se fizer qualquer coisa que magoe minha mãe, mando você para o hospital.

O adolescente lhe diz, sem rebuços: Se você pensa mandar em mim, só porque casou com minha mãe, pode esquecer. Você não é meu pai.

Esse homem deve conviver em bom relacionamento com sua esposa e mãe daqueles dois garotos.

E ele procura, todos os dias, não esquecer disso, atendendo ao que faz e ao que diz. Ele sabe que pisa em terreno frágil.

Então, um dia, o rapaz telefona para casa e diz que bateu o carro. Ele está há cinquenta quilômetros de distância. É madrugada.

Mas o padrasto, sem pestanejar, o tranquiliza: Não se preocupe, já estou indo.

Outro dia, o moço se prepara para uma festa e exclama: Preciso de uma gravata para combinar com esta camisa!

O padrasto, sem levantar os olhos do jornal, oferece: Escolha uma das minhas. Veja no meu armário.

O adolescente chega em casa com o boletim ruim e depois da bronca da mãe, escuta o padrasto: Eu entendo de Física. Posso ajudar, se quiser, estudando com você, para a prova de recuperação.

E assim vai. Dia a dia, passo a passo, aquela figura estranha do padrasto vai conquistando espaço nos corações dos filhos da sua esposa.

O que achou da minha namorada? – Pergunta um.

O que acha de eu ter colocado brinco na orelha? – Indaga o outro.

Com extraordinária habilidade, aquele homem vai dizendo o que pensa e o que seria melhor, desde que lhe pedem a opinião.

Não avança o sinal. Conquista o respeito, de forma paulatina e contínua.

Ah, padrastos de coração de ouro e paciência inesgotável.

Dão carona para o cinema, vão assistir o jogo da escola, vão torcer pelo time dos garotos.

Então, acontece: o adolescente sai e pergunta a que horas deve retornar para casa.

O rapaz convida para juntos viajarem em férias.

Por fim, um dia, aquele moço arrogante que o enfrentou, ameaçando-o de mandar ao hospital, caso ele magoasse a sua mãe, diz para ela: Mamãe, ele é um cara superlegal. Nunca faça nada que o possa machucar. Precisamos dele.

Esse é o dia da recompensa do padrasto. O dia do reconhecimento por tanta dedicação.

Por ter assumido filhos que não são da sua carne e de seu sangue, como se seus filhos fossem.

Por isso, quando pensamos em homenagear os pais, decidimos homenagear essa figura ímpar do padrasto.

Daquele que ainda se encontra em vias de conquista do afeto dos enteados.

Daquele que já alcançou lugar privilegiado nos corações dos filhos da sua amada.

Daquele que mãe e filhos descobriram que é tão importante, a sua presença tão especial que parece que ele sempre esteve ali.

Redação do Momento Espírita.
Em 11.8.2018.

 

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