Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone A bagagem

Existe um personagem de desenhos animados infantis que tem um certo toque de mistério e magia.

Seu nome é Gato Félix. A todo lugar que vá, ele leva a sua maleta. É uma maleta especial, pequena. E, contudo, tudo o que ele deseja, tira da dita maleta.

Se for hora do lanche, ele encontra frutas, sanduíches e sucos. Se necessita fazer um conserto, as ferramentas lá estão. Sempre as certas e precisas.

Se chove de repente, basta abrir a maleta para encontrar capa de chuva, guarda-chuva, botas. E assim com qualquer situação.

Cada um de nós também possui uma pequena mala de mão, em sua vida. Mais ou menos parecida com a do interessante personagem infantil.

Quando a vida começa, temos em mãos a pequena mala. À medida que os anos passam, a bagagem, dentro dela, vai aumentando.

É que vamos colocando tudo o que recolhemos pelo caminho.

Algumas coisas muito importantes. Outras, nem tanto. Muitas, dispensáveis.

Chega um momento em que a bagagem começa a ficar insuportável de ser carregada. Pesa demais.

Nesse momento, o melhor mesmo é aliviar o peso, esvaziar a mala.

Você examina o conteúdo e vai pondo para fora.

Amor, amizade. Curioso, não pesam nada.

Depois você tira a raiva. Como ela pesa! Na sequência, você tira a incompreensão, o medo, o pessimismo.

Nesse momento, você encontra o desânimo. Ele é tão grande que, ao tentar tirá-lo, ele é que quase o puxa para dentro da mala.

Por fim, você encontra um sorriso. Bem lá no fundo, quase sufocado.

Pula para fora outro sorriso. E mais outro. Aí você encontra a felicidade.

Mas ainda tem mais coisas dentro da mala. Você remexe e encontra a tristeza. É bom jogá-la fora.

Depois, você procura a paciência dentro da mala. Vai precisar bastante dela.

E também procura a força, a esperança, a coragem, o entusiasmo, equilíbrio, responsabilidade, tolerância e o bom e velho humor.

A preocupação que você encontrar, deixe de lado. Depois você pensa o que fazer com ela.

Bem, agora que você tirou tudo da sua mala, deve arrumar toda a bagagem.

Pense bem o que vai colocar lá dentro de novo. Isso é com você.

E depois de toda a bagagem pronta, o caminho recomeçado, lembre de repetir a arrumação vez ou outra.

É que o caminho é longo, até chegar ao final da jornada e você terá que carregar a mala, o tempo todo.

E quando chegar do outro lado, é bom que em sua bagagem tenha o máximo de coisas positivas, como boas obras, amizades, carinho, amor.

Porque isso tudo não pesa na sua bagagem, enquanto na Terra. Mas quando for colocada na balança da justiça, para além da existência física, pesará e muito, positivamente.

*   *   *

A vida é uma grande viagem. Durante um tempo, se excursiona pelas paisagens terrenas.

É um período para estudar, trabalhar, progredir.

Um dia, se retorna para a estação espiritual. É o momento de contar as conquistas e as perdas. Os erros e os acertos.

Que nossa bagagem, nesse dia, possa estar repleta de virtudes, bem praticado, afetos conquistados para nossa própria e grande felicidade.

Redação do Momento Espírita, com base
em artigo de autoria ignorada.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 5, ed. FEP.
Em 24.7.2018.

 

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