Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Construção do amor

Ele é um homem maduro, casado há mais de vinte anos. Tem um casaco marrom, que teima em usar em todas as ocasiões.

O casaco está curto e, é claro, um pouco apertado. Porque esse homem não tem o mesmo corpo de bailarino espanhol que tinha ao se casar.

Os anos, a falta de exercício regular, o fizeram adquirir alguns quilos a mais.

O casaco está meio descolorido, por ter passado, ao longo desses anos, por muitas lavagens.

Para a esposa, que preza a elegância, o casaco é um horror. Mas o marido se sente muito bem com ele. E não deixa de usá-lo, no dia a dia.

É sua marca registrada. Os amigos dizem que Marcos, sem aquele casaco, não é Marcos.

Certa feita, durante uma viagem, a esposa deliberadamente esqueceu o casaco em um hotel.

Pensou que se tivesse desfeito do artigo. No entanto, um amigo do casal, vendo o casaco abandonado no saguão do hotel, de imediato o identificou.

Dias depois, num embrulho bem feito, Marcos recebia seu apreciado casaco de volta. Ficou muito agradecido ao amigo.

Em outra oportunidade, entrando no carro de um amigo, que o levaria ao seu destino, a esposa já estava pensando: Que bom, ele esqueceu o casaco.

Mas, ele lembrou e pediu ao amigo: Por favor, espere um pouco. Não posso viajar sem meu casaco.

E lá se foram as esperanças da esposa de vê-lo trajando um casaco novo, recém adquirido.

Se você está pensando que a vida desse casal é uma constante discussão, está enganado.

Embora ela implique com o casaco de estimação do marido, eles se amam muito.

Esse homem maduro, que pode não parecer elegante aos olhos do mundo; que, por vezes, demora um pouco para entender as brincadeiras dos amigos, é um apaixonado pela esposa.

Para ela, as coisas têm que ser sempre as melhores. Dia desses, plantou em seu jardim uma roseira.

Quando as primeiras rosas vermelhas desabrocharam, exibindo suas corolas de sangue, ao sol, ele disse a um amigo:

Veja a roseira que plantei. Percebeu como ela está bem em frente à janela do nosso quarto?

Pois é. Rosas vermelhas são as flores preferidas de Isabel. Assim, toda vez que ela abrir a janela pela manhã, verá as rosas abertas e isso a deixará feliz.

Esse homem, que usa o mesmo casaco, há tanto tempo, é um enamorado da esposa.

Ela é apresentadora de um programa televisivo. Pois ele insiste para que esteja sempre renovando seu guarda-roupa.

Você precisa estar elegante, diz ele, demonstrando a sua preocupação pela imagem dela.

Os anos passaram. Os filhos cresceram. Talvez em tempo que não vá longe, ele se torne avô.

Ele não detém o corpo de bailarino que possivelmente tenha provocado os olhares primeiros daquela que hoje é sua esposa.

Contudo, não perde o sentimento dos primeiros tempos. Continua a ser o homem apaixonado.

E ela... naturalmente que o ama sempre mais.

Afinal, o amor da juventude amadureceu, tornou-se um sentimento forte, misto de respeito, companheirismo, cumplicidade.

E o que almejam ambos é que seus filhos tenham aprendido essa lição de amor e maturidade.

*   *   *

Na união a dois, é muito importante que cada um oferte ao outro o que possua de melhor.

Também que aprenda com seu cônjuge o que este tenha a lhe oferecer.

Assim procedendo, crescerão ambos e, na escola da vida, em que estamos todos matriculados, receberão o diploma da afeição que se solidifica e aprimora com o transcorrer dos anos.

Em uma palavra, desfrutarão felicidade.

Redação do Momento Espírita.
Em 18.7.2018
.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998