Gaya, uma Golden Retriever de doze anos, foi uma das voluntárias mais ativas de uma ONG de animais de terapia. Começou a trabalhar antes mesmo de completar um ano.
Ia a asilos, hospitais, escolas especiais, casas lares. De índole dócil, meiga e muito carinhosa, conquistava imediatamente todos os que conviviam com ela.
Sua tutora a levava com orgulho para o trabalho, e aprendeu, observando seu comportamento, que ela sabia exatamente onde ir e quem visitar primeiro.
Gaya se soltava da guia e ia fazer carinho, com seu focinho, nas pessoas que estavam mais carentes, ou mais tristes, no dia das visitas do grupo.
Nas casas lares, ela se deitava no chão e as crianças se deitavam sobre ela, o que lhe valeu o apelido de almofadão.
Ao longo de sua vida, Gaya encantou colegas de trabalho e assistidos.
Quando um tumor bastante agressivo a impediu de prosseguir na tarefa, ela se manteve dócil e amorosa, e sinalizava que queria trabalhar.
Finalmente, vencida pela doença, partiu. E o fez serenamente, cercada pelos que a amavam, deixando imensa saudade e um grande vazio.
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Quando morre nosso animal de estimação é comum entrarmos em uma espécie de luto.
De vida geralmente breve, nossos focinhos amados deixam muita saudade.
Uma criança, certa vez, encontrou uma explicação para o fato dos cães viverem tão pouco tempo. Escreveu ela:
A gente vem ao mundo para aprender a viver uma vida bonita, a amar os outros o tempo todo e a ser boas pessoas. Mas os cachorros já nascem sabendo fazer tudo isso! Então eles não têm que viver tanto tempo quanto nós!
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Mas, quando o mascote morre tendo como causa uma doença grave, que lhe causa dores, nosso coração se aperta e questionamos o porquê.
Afinal, porque nos afeiçoamos a eles, nos compadecemos do seu sofrimento.
Para nós, seres humanos, a dor está inserida nas próprias questões das vicissitudes da vida planetária.
Então, os que nos encontramos como passageiros dessa grande nave mãe, passamos por algumas dificuldades, próprias da nossa organização biológica e das condições do planeta.
Também padecemos dores que têm a ver com nosso processo expiatório. Essas têm caráter moral.
A dor nos leciona paciência, nos ensina a entender a dor do outro, nos leva a reflexionar a respeito da compaixão para quem sofre.
No entanto, embora os animais tenham, além do instinto, uma inteligência rudimentar, que se revela por algumas ações, eles são desprovidos de senso moral.
Isso quer dizer que eles nada têm a resgatar, a pagar. O sofrimento que padecem não está relacionado com algo que tenham feito anteriormente, pois o que os governa são os instintos.
No entanto, como Deus não age por simples capricho, a dor, nos nossos irmãos, os animais, lhes serve como aprendizado e consequente progresso.
Bom mesmo é poder lhes lembrar a presença amiga, o devotamento que tiveram para conosco.
Afinal, eles nos dão tanto que chegamos a chamá-los de anjos de quatro patas.
Redação do Momento Espírita.
Em 3.7.2018.
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