Em determinada passagem do Evangelho, Jesus é convidado a destacar o maior dentre os mandamentos da Lei Divina.
O Mestre afirma que o maior mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas.
Mas também aponta a existência de um segundo mandamento, semelhante ao primeiro.
Consiste este em amar ao próximo como a si mesmo.
Assim, o Cristo fez o resumo das Leis Divinas, que constituem um roteiro de felicidade para os homens.
Quem deseja a paz do Cristo, quem pretende atingir a plenitude de seu ser, deve observá-lo.
Importa, pois, amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Tudo o mais é consequência ou desdobramento dessa máxima maior.
Para bem cumprir uma lei, é necessário refletir sobre o seu conteúdo.
Assim, é conveniente analisar cuidadosamente o mandamento apresentado pelo Cristo, a fim de bem compreendê-lo.
O primeiro dever do cristão é amar a Deus sobre todas as coisas.
Ocorre que Deus não é uma pessoa, com as necessidades e as paixões próprias da raça humana.
Demonstrar amor por uma pessoa é fácil.
Fazemos isso auxiliando-a em suas necessidades, instruindo-a, tendo compaixão por seus equívocos, dentre inúmeras outras coisas.
Mas Deus é onipotente, pleno e perfeito em si mesmo.
Não há absolutamente nada de que Ele necessite ou deseje e que não possa conseguir.
Não existe algo que homens falíveis possam fazer para aumentar o nível de bem-estar da Divindade.
Indagados por Kardec, os Espíritos afirmam que Deus é a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas.
Eles também dizem que Deus é absoluto em Suas perfeições.
Ou seja, o Criador possui em grau máximo todas as virtudes.
Nesse contexto, evidencia-se o caráter cósmico da Divindade.
Não se trata de alguém com paixões e preferências, que se ofende, sofre ou goza, à semelhança dos homens.
Deus é uma Inteligência Cósmica, que rege o mundo com base em leis perfeitas, justas e misericordiosas.
O amor a essa Inteligência Cósmica manifesta-se no esforço por entender o mundo e as leis que Ele criou.
O amor a Deus é incompatível com o cultivo deliberado da ignorância.
Quem ama o Criador, burila o próprio intelecto, procura crescer em entendimento e compreensão.
Ao perceber gradualmente a grandeza da Criação, o homem reconhece sua própria fragilidade e torna-se humilde.
Com isso, sua admiração e seu afeto pela Divindade crescem.
Contudo, o amor a Deus é complementado pelo amor ao próximo.
Assim, não basta o êxtase que o reconhecimento da Majestade Divina proporciona pelo estudo e o aprimoramento pessoal.
É necessário que o saber obtido com esse desenvolvimento seja aplicado em favor dos semelhantes.
É indispensável espalhar os conhecimentos, tornar a vida do próximo melhor e mais completa.
É urgente viver de conformidade com as Leis de justiça e misericórdia estabelecidas pela Divindade.
Assim, o cumprimento das Leis Divinas não se identifica com pieguismos.
O genuíno amor por elas revelado é uma força atuante, que distribui progresso e bem-estar.
Implica a multiplicação dos próprios talentos, pelo estudo e o trabalho constantes.
E engloba a utilização desses talentos na construção de um mundo melhor.
Afinal, tudo no Universo está em contínuo aprimoramento.
O homem só cumpre seu papel na Criação ao colaborar positivamente nesse processo de infinito progredir.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 25.6.2018.
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