Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Sinais dos anos

Acontece com todos os que não morremos de forma prematura, no verdor dos anos. Um belo dia, nos olhamos no espelho e descobrimos uns sinais diferentes no mapa da face.

São pequenas pregas. Sulcos de expressão, surgidos em consequência de determinados movimentos faciais repetidos, como por exemplo, o franzir a testa.

Eles apontam o nosso processo de envelhecimento. Mais importante do que isso, são o registro vivo da história da nossa vida, dos acontecimentos que se constituíram em alegria, preocupação ou tristeza, no transcorrer do tempo.

Foram os anos, com seus dedos miúdos, seu delicado pincel, que esculpiram aqueles caminhos na testa, como linhas paralelas, dizendo das tantas dificuldades vividas.

Se pensarmos bem, poderemos recordar quando foi que elas surgiram: quando o desemprego nos marcou os meses e as contas começaram a avolumar.

Quando o filho nasceu prematuro, requerendo cuidados especiais. Quando as horas noturnas nos exigiram estudos intensos com vistas ao concurso.

E aquelas duas verticais, acima do nariz, entre os olhos? Ah, essas foram marcadas heroicamente nos dias de preocupação quando da assunção ao novo cargo, quando da mudança de residência, quando o filho precisou de uma cirurgia e as noites se converteram em horas insones.

E aqueles vincos profundos, de ambos os lados da boca, dizem de quantas vezes sorrimos, rimos com amigos ou a sós.

Sorrimos quando recebemos a confirmação da vitória no vestibular, quando concretizamos o casamento, quando nosso time ganhou o campeonato.

E quando a promoção chegou, quando fomos contemplados com aumento salarial, quando assistimos a um filme, quando nos ofereceram uma festa surpresa.

Essas marcas são caprichosas. Elas não somente aparecem ali quanto se apresentam nos cantos dos olhos, em linhas caprichosas, pequeninas, a princípio. Acentuando-se, depois.

Sim, cada ruga, cada vinco tem uma história. Fala de uma experiência.

Nós as podemos remover, alterar, amenizar com procedimentos cirúrgicos, com implantação de toxina botulínica, cremes, hidratantes. Tantas e tantas formas.

Podemos retirá-las, podemos disfarçá-las, podemos...

De algum modo, nos assemelhamos àquelas árvores que, a cada ano, produzem um anel em seu tronco.

Contamos os anéis e podemos estimar sua idade.

Nós acumulamos rugas que testificam dos anos vividos neste bendito planeta.

Alguém ao nosso lado, que nos ame, as observará e dirá que sabe o exato momento em que cada uma dessas marcas foi desenhada em nossa face.

Até poderá afirmar que ama, especialmente, cada uma delas.

Se quisermos as amenizar, atenuar ou mesmo retirá-las totalmente, deixaremos de testificar nossa idade, pelas marcas da face.

E, como aquelas árvores que acrescentam, a cada ano, um anel internamente, apenas nossa intimidade contará das experiências vividas.

Será então, nossa forma de agir que dirá se os anos nos amadureceram o raciocínio, intensificaram a lucidez e o bom senso.

Com rugas na face ou não, oxalá que os anos que vivamos sejam de progresso, crescimento espiritual para cada um de nós.

Porque viver na Terra é uma oportunidade ímpar, que nos merece todo e especial empenho.

Redação do Momento Espírita.
Em 26.5.2018.

 

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