O amor é essência divina que brota nos corações e precisa ser espalhada com abundância, para perfumar as criaturas que partilham a nossa caminhada.
Não é necessário ter vínculo que prenda ao outro ou interesse mútuo a realizar.
O amor que foi proposto por Jesus e que um dia envolverá toda a Humanidade, é o amor fraternal.
O verdadeiro amor não necessita avalizar se o receptor merece, precisa ou quer.
Ele apenas se oferece, se realiza naturalmente. É autodoação na sua mais significativa modalidade e não se constitui, em momento algum, em moeda de troca.
Não se tem relato de que o Cristo tenha reclamado alguma quota do amor que partilhou, ou tenha exigido correspondência de favor ou gratidão.
Quando nos decidimos por amar, percebemos que, quanto mais doamos amor, mais nos sentimos estimulados a amar.
É imensamente gratificante conseguir realizar esse intento.
Analisando, percebemos que todo o Evangelho do Mestre foi pautado nessa ação exemplar.
Todas as Suas falas, todos os Seus atos e exemplos tinham como base, como construção e arremate, o estímulo à conjugação do verbo amar.
Suas expressões de amor eram sem distinção, não deixando ninguém à margem de Suas benesses.
Alcançava os magistrados mergulhados em suas particularidades e maneiras diferentes de pensar. Alcançava também os infelizes que sofriam o abandono e a aversão da sociedade.
Estendia-se ao povo ao qual pertencia e a qualquer outra pessoa, de nacionalidade estrangeira.
Envolveu a mulher confusa e sofrida, que se prostituía por falta de apoio e orientação, e também as mais altivas senhoras, no altar do seu poderio material.
Ninguém foi esquecido: nem Seus familiares, que não lhe entendiam a missão; nem os companheiros que O abandonaram, nem as crianças que lhe eram trazidas, pelas mãos maternas, para que Ele as abençoasse.
A todos Ele concedeu a Sua atenção, revestida do mais sincero amor.
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Esse amor difere de toda a conotação vulgar que se dá ao termo na atualidade.
No relacionamento entre casais, o verdadeiro amor é aquele que solidifica a união sadia. É aquele que tem gestos de ternura, sempre inesperados.
Aquele que se traduz em cuidados e gentilezas.
Em se falando de filhos, o amor é o sentimento que supera vontades contrariadas, pareceres e princípios eventualmente não respeitados.
Pai e mãe manifestam seu amor, sem exigências, administrando seu orgulho, seu egoísmo ou vaidade.
Da mesma forma, o verdadeiro amor dos filhos para com seus pais vai muito além do atendimento a necessidades básicas e satisfação de vontades.
E quando os pais se tornam idosos, dependentes, enfermos, necessitando do concurso desses braços jovens, é então que o amor filial tem sua mais extraordinária manifestação.
Um amor que atende, cuida, ampara, auxilia. Um amor que providencia pequenos supérfluos, que proporcionam felicidade.
Amar. Amar sempre. Fomos criados para o amor que emana do próprio Criador.
Amemos sempre. Conjuguemos esse verbo transformador, em todos os tempos e em todos os idiomas.
Redação do Momento Espírita.
Em 5.5.2018.
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