Todos desejamos ser felizes. Todos pensamos alcançar a felicidade. E cada um de nós a idealiza de uma forma.
Ocorre que, nos dias atuais, em que a depressão se tem tornado tão comum, em que mais ouvimos falar de tristezas e de dificuldades, em que encontramos muitas pessoas de cenho carregado, de semblante sombrio, é de nos perguntarmos se existe mesmo essa tal de felicidade.
Muitos falamos dos problemas que precisamos enfrentar, da vida dura que levamos, das horas cansativas que o trabalho profissional nos exige sem, por vezes, a compensação salarial que apreciaríamos ou que nos daria melhores condições de vida.
O noticiário não colabora muito para mudar essa forma de ver a vida, considerando os relatos de cataclismas, que destroçam vidas e acabam com patrimônios construídos a muito esforço.
Ou da violência que alcança, parece, todas as gentes, em todo lugar.
E se vamos nos fixando nesse viés de vicissitudes, próprias de um planeta de provas e expiações, qual o que nos encontramos, natural que acabemos por nos permitir abraçar pela tristeza.
Que o desânimo nos faça curvar os ombros e arrastar os pés, como se tivéssemos uma bola de ferro a eles acorrentada.
No entanto, basta uma olhada rápida para direção diversa para percebermos outro panorama.
Seria como vermos a atmosfera pesada, as nuvens negras escurecendo o céu.
Chegam os ventos em fúria e a água jorra abundante, lavando o ar e penetrando o solo.
A terra sorve com rapidez o líquido precioso e agradece, exalando um característico perfume de terra molhada, que nos chega às narinas.
Dissipada a tempestade, sentimos o ar leve. O céu se oferece claro, o sol se manifesta.
Logo, esquecemos a tormenta de há pouco!
Constatamos que assim também acontece em nossas vidas. Depois de momentos difíceis, descobrimos cores de felicidade em nossos dias.
E, nesse exercício, enumeramos tantas coisas que fazem nossa felicidade.
Damo-nos conta de que somos felizes.
Felizes por termos um corpo que nos permite a mobilidade, que nos permite ouvir, ver, falar.
Felizes por desvendarmos o alfabeto e descobrirmos o segredo das letras que nos narram o belo, o bom, o extraordinário.
Somos felizes por termos um teto, uma família grande ou pequena ou minúscula.
Ou por vivermos sós, mas contarmos com um cão que nos recebe feliz ao chegarmos em casa. Ou por termos um gato para alimentar, uma flor para regar.
Somos felizes por termos quem nos abrace, nos queira bem.
Felizes por termos a capacidade de apreciar um bom filme, um espetáculo de ballet, uma sonata, uma peça de teatro.
Felizes por podermos cantar uma canção, dedilhar um instrumento, soprar uma flauta, imitando o vento.
Indaguemo-nos hoje, agora, o que nos faz felizes. Comecemos a escrever uma lista.
Iremos nos surpreender, com certeza, com a abundância de itens que fazem nossa felicidade tantas vezes no dia, na semana.
Permitamo-nos descobrir essas pequenas grandes felicidades diárias. E, enquanto morrem os acordes da música que compõem a harmonia deste texto, abramos um sorriso dentro d´alma, iluminando este dia.
Redação do Momento Espírita.
Em 30.3.2018.
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