No ano de 1995, estreou no Brasil a série americana animada de televisão: Pink e o cérebro.
Foram quase oitenta episódios que fizeram a alegria da criançada e de adultos aficionados a desenhos infantis, durante três anos.
Os personagens eram dois ratos brancos típicos de laboratório, que utilizavam exatamente esse espaço como base para seus planos mirabolantes para dominar o mundo.
Cada episódio era caracterizado, no início e no final, pela indagação de Pink, o rato alto, magrela, completamente infantil: Cérebro, o que você quer fazer esta noite?
E o Cérebro, o rato baixote, e com uma enorme cabeça, evidenciando inteligência, respondia: A mesma coisa que fazemos todas as noites, Pink... Tentar conquistar o mundo.
Naturalmente, seus planos eram frustrados a cada noite, por interferência de terceiro ou por equívocos do próprio Pink.
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O mundo conheceu muitos conquistadores. Alguns que dominaram extensos territórios, por largo tempo. Alguns que, para a concretização das suas conquistas, usaram de crueldade e frieza, ensanguentando as mãos.
Tantos que sacrificaram os afetos, as amizades, a saúde mental a fim de alcançar os seus objetivos.
A História nos mostra, no entanto, que essas conquistas sempre foram de limitada duração.
Impérios desapareceram, cabeças coroadas foram substituídas, o poder transferido de um para outro, por maquinações arbitrárias ou pelas lutas por justiça e liberdade.
Existe, no entanto, uma conquista do mundo que todos deveríamos empreender. Uma conquista que, alcançada, é de caráter definitivo: a conquista do mundo... íntimo.
Essa exige um grande empreendimento, em que devem se associar o autoconhecimento, o esforço, a perseverança, a vontade.
O autoconhecimento requer exame profundo de nós mesmos, ou seja, passar em revista as nossas ações, verificando se não faltamos ao cumprimento de algum dever, se ninguém tem alguma queixa a nosso respeito.
Um exame de consciência diário, na hora do recolhimento para o repouso, se faz de importância capital.
Indagarmos a nós mesmos se neste dia, que se finda, fizemos alguma coisa que machucou alguém, física ou emocionalmente; se praticamos alguma ação que merece censura; se faltamos com a verdade em proveito próprio; se desperdiçamos o tempo; se fizemos, enfim, algo contra o nosso próximo.
As respostas nos indicarão exatamente o que já melhoramos em nós. E em que ainda precisamos insistir para nossa melhoria, acionando a nossa vontade.
O empreendimento deve ser no sentido de identificar e eliminar nossas más tendências, como quem arranca as ervas daninhas do jardim.
Procurar saber o que pensam de nós aqueles que não têm simpatia por nós nos ajudará muito, pois considerando que esses não têm interesse em disfarçar a verdade, nos dirão como realmente somos.
Autoexame, indagações à nossa própria consciência sobre o que fazemos e como fazemos nos darão a dimensão do bem ou do mal que ainda existe em nós.
Isso nos auxiliará no conhecimento de nós mesmos, que é a chave para o melhoramento individual ou seja, para a conquista do nosso mundo íntimo.
Então, principiemos hoje, enquanto as horas ainda nos sorriem, essa importante conquista.
Redação do Momento Espírita.
Em 2.2.2024
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