Abrir a caixa de um quebra-cabeças pela primeira vez, desses de milhares de minúsculas peças, é como se deparar com um grande desafio da vida.
Num primeiro momento, parece impossível. As partes são muito parecidas. Algumas delas, somos capazes de jurar, são idênticas em cor, formato e encaixe.
Como encontrar cada pedaço de um céu azul da paisagem, se todos são iguais? Por que essa peça iria aqui e não ali? Como distinguir cada peça verde de uma grande mata se todas têm nuances de cor tão similares?
Alguns se desesperam: Isso não é para mim! O que eu estou fazendo aqui? – Dizem.
Existem aqueles que simplesmente desistem.
Outros ficam ali, olhando por alguns minutos, atônitos...
Por onde começar?
Se temos paciência e um pouco de perseverança, observamos a imagem da caixa. A pintura, a paisagem bela que daquela confusão poderá sair um dia, quem sabe...
E ela parece nos dizer: Vale a pena tentar! Será compensador!
Olhamos para a caixa, olhamos para as peças. E tornamos a olhar.
Então, um fenômeno interessante começa a acontecer. Conforme vamos focando em um ponto da imagem, nosso cérebro vai passando uma revista pelas peças, uma revista detalhada.
Aí, aquelas pecinhas que pareciam ser todas iguais, da mesma cor, começam a se mostrar um pouco distintas. Elas têm pequenos detalhes que as diferenciam umas das outras. Até as cores não são as mesmas.
No azul encontramos diferentes tons e nessa e naquela há uma pequena mancha na ponta que não havíamos visto antes.
Tudo acontece em função do foco. Estamos focados, atentos, dedicados.
Nunca conseguiremos resolver problemas e vencer desafios sem foco, sem atenção.
Nesse momento, o peito ansioso acalma. A respiração muda. A visão parece ficar mais poderosa. Estamos enxergando coisas que não enxergávamos antes!
Nossa performance melhora. Vislumbramos alguma forma. São quinze, vinte peças juntas que nos animam a continuar, até que chega um momento terrível: a procura por uma peça específica que parece não estar na mesa.
É uma peça fundamental, importante para terminar aquela fase, ou uma área determinada, e não a encontramos.
Tudo para...
Voltamos a pensar que não somos capazes de concluir.
* * *
Assim também acontece com os problemas complexos.
Nesse caso, temos dois caminhos a seguir. O primeiro é darmos uma pausa, mudarmos os pensamentos, sair, arejar a mente, falar sobre outras coisas. Darmos tempo ao tempo.
O segundo é pedir ajuda. Afinal, quem disse que temos que resolver nossos problemas sozinhos?
Não há vergonha nisso. Não é sinal de fraqueza. No exemplo de que nos servimos, montar um quebra-cabeças na companhia de alguém é muito mais divertido.
Veremos que logo estaremos no caminho novamente e que uma ajuda é sempre muito bem-vinda.
Por fim, encarando os desafios de frente, passando pelos problemas e passando bem, iremos perceber que saímos mais fortes, mais maduros, assim como quem termina a montagem de um quebra-cabeças.
E levaremos conosco a lição da concentração, da perseverança, da tranquilidade, pelo êxito alcançado, pela dificuldade vencida.
Redação do Momento Espírita.
Em 8.3.2018.
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