Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Incompreensões

Quantas vezes nos sentimos incompreendidos?

A resposta deve ser: Muitas vezes... – Em tom de desabafo ou lamentação profunda.

Ainda nos sentimos vítimas quando passamos por tais situações cotidianas. Alguns de nós parecemos colecionar desditas.

E quando temos chance demonstramos nossa frustração.

Acontece que pessoa alguma consegue vencer a jornada terrestre sem enfrentar os obstáculos necessários ao seu processo de iluminação interior.

Seria ingenuidade ou fuga, pretendermos passar isentos de tudo isso.

Dentre esses tantos desafios que nos provam incessantemente, aqueles de natureza moral se fazem os mais atormentadores.

São eles que atingem nossas resistências íntimas e conspiram contra a harmonia pessoal.

Entre esses, no relacionamento social, se destacam a incompreensão, criadora de situações lamentáveis.

A incompreensão tem raízes em comportamentos íntimos que se mascaram, renovando as formas de agressão e mantendo a mesma acidez.

Estimulada pela inveja, provoca situações insustentáveis.

A competição doentia a encoraja, buscando derrubar o aparente adversário.

A malícia favorece o intercâmbio para a sua ação enfermiça, espalhando suspeitas e calúnias.

A incompreensão está em germe na alma humana ainda em processo de crescimento. Herança dos instintos agressivos, surge com insistência nas mentes e busca residência nos corações.

Em razão da inferioridade dos homens, a incompreensão favorece o desabar de excelentes construções de amor.

Aqueles que não alcançam, aqueles que não podem, desejam derrubar os que vão adiante, mais alto.

Aqueles que ainda não sentem, que ainda não se transformaram, não entendem como aqueles mais à frente conseguiram e questionam suas vitórias.

Aqueles que não sentem como nós sentimos não conseguem entender nosso coração.

Lembremos que os mais abnegados promotores do progresso padeceram a incompreensão dos seus contemporâneos.

Abraçados ao ideal, não podiam compactuar com os frívolos e os maus que os buscavam, em tentativa de amizade para desviá-los do compromisso.

Os santos a experimentaram na carne, espezinhados e perseguidos nos grupos de onde se originavam.

Os missionários do bem se viram sacrificados e confundidos, porque não pararam, cedendo nos seus ideais.

Os invejosos os crivaram de espinhos e dores, gozando por vê-los quase sucumbir...

*   *   *

Ninguém conseguirá caminhar em paz na multidão.

As diferenças ideológicas e morais, vibratórias e culturais não deixarão, por enquanto, que a fraternidade ajude e o amor ampare.

Assim, perdoemos aos nossos perseguidores. Eles já são infelizes, em razão do que cultivam no íntimo e do que, realmente, são.

Prossigamos em confiança, sem nos determos para examinar as incompreensões do caminho.

Os apedrejadores adotam a tarefa de somente agredir.

Sejamos aqueles que avançam, compreendendo.

Todo o mal que nos façam, não nos fará mal. Pelo contrário, nos promoverá a estágio superior, se soubermos enfrentar a situação.

O nosso exemplo de humildade será um chamado à renovação, à paz.

Não nos detenhamos, nem nos entristeçamos diante das incompreensões.

Prossigamos com alegria íntima pelo roteiro que elegemos e não olhemos para trás.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 4, do livro
Desperte e seja feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 23.2.2018.

 

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