No mundo tereis aflições. A advertência do Cristo parece um tanto incômoda, pois ninguém deseja dificuldades ou dores para si.
Planejamos nossa vida no intuito de que tudo transcorra tranquilamente, sem surpresas desagradáveis.
No entanto, considerando o nível evolutivo em que nos encontramos, as dores são inevitáveis em nosso caminhar.
E, foi por saber das imperfeições que ainda trazemos na alma, por conhecer os poucos valores nobres que nos animam, que Jesus nos alertou que aqui só teríamos aflições.
Contrariamente ao que possamos pensar, as aflições não se impõem por castigo ou descuido da Divindade para conosco. Ou tampouco por querer a vida nos punir de forma deliberada e injusta.
Elas nascem de nossas ações, refletem nossos valores, resultam de nossas escolhas muitas vezes equivocadas.
E de nada nos adianta ignorá-las pela fuga infantil, imatura, evitando o necessário enfrentamento.
Refugiar-nos no excesso de trabalho não trará solução aos problemas, mas apenas o adiamento da necessária tomada de decisão para os resolver.
Tampouco a busca da alienação pelo álcool ou outra droga qualquer.
Igualmente, será vã qualquer tentativa de evitar que nossos filhos sofram, porque a eles, na idade própria, caberá igualmente enfrentá-las.
Não será a vida fácil que possamos lhes proporcionar, nem os objetos caros com que os cerquemos que haverão de os liberar de decepções ou desencantos que a jornada terrena, por necessidade, lhes reserva.
É preciso forjar, desde pequenos, o seu caráter, para que encontrem sua maneira própria e adequada para resolver os desafios.
É preciso fazê-los fortes diante da dor, para que, com maturidade, possam superá-la, mostrando à vida que aceitaram a prova, que estão dispostos ao aprendizado.
Portanto, por nós ou por nossos filhos, atitudes de revolta ou fuga diante da dor somente contribuirão para formar adultos frágeis e imaturos, sem estrutura emocional para a existência terrena.
Se as decepções são aprendizado; se as perdas nos oferecem lições e as dificuldades forjam as virtudes, todas as vezes que elas despontem em nosso caminho, tenhamos em mente que é a vida nos convidando a reflexões e mudança de atitudes.
Enquanto isso não ocorre, as aflições que nos chegam vão sinalizando, ora aqui, ora ali, os ajustes necessários em nossa conduta, em nosso sentir e em nosso pensar.
Reflitamos em como temos agido, perante os infortúnios e problemas. E perguntemos à vida o que pretende nos ensinar com tudo isso, esforçando-nos para que a lição se transforme em aprendizado.
Tenhamos em mente que, se nos decidirmos pela revolta, a oportunidade será perdida e as mesmas necessidades ressurgirão, sob outra roupagem, até serem definitivamente aprendidas por nós.
Assim é a lei do progresso. Dela jamais fugiremos.
Por fim, lembremos de que se o Mestre nos alertou a respeito da existência das aflições neste mundo, também nos convidou a termos bom ânimo, afirmando que, se Ele venceu o mundo também nós o poderemos vencer.
Busquemos, portanto, as lições de Jesus e superemos as aflições que nos chegarem, atribulando-nos ou aos que amamos.
Redação do Momento Espírita.
Em 13.2.2018.
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