Primeiro dia do ano. Ano Novo. Novo ciclo se inicia. Um novo tempo.
Mas, o que é o tempo, afinal, senão uma convenção estabelecida pelos que habitamos este planeta?
O tempo é a sucessão das coisas. Está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito.
Suponhamo-nos na origem do nosso mundo, na época primitiva em que a Terra ainda não se movia sob a divina impulsão.
Numa palavra: no começo da gênese.
O tempo então ainda não saíra do misterioso berço da natureza e ninguém pode dizer em que época de séculos nos achamos, porquanto o balancim dos séculos ainda não foi posto em movimento.
Silêncio...
Soa na sineta eterna a primeira hora de uma Terra insulada, o planeta se move no espaço e desde então há tarde e manhã.
Para lá da Terra, a eternidade permanece impassível e imóvel, embora o tempo marche com relação a muitos outros mundos.
Para a Terra, o tempo a substitui e durante uma determinada série de gerações se contarão os anos e os séculos.
O tempo é uma gota d´água que cai da nuvem no mar e cuja queda é medida.
Eis então um novo tempo a se apresentar à nossa frente: trezentos e sessenta e cinco dias, que dividiremos em semanas e meses.
Dias que ansiaremos que cheguem porque assinalam o nosso aniversário, a comemoração do nosso casamento, o nascimento do nosso filho, a colação de grau tão aguardada.
Dias em que trabalharemos, intensamente, para tornar este mundo melhor, realizando o melhor em nossa profissão.
E há tanto a burilar em nossas instituições públicas, em nossas escolas, nas universidades, nas empresas e pequenos negócios que nos garantem o sustento honrado de cada dia.
Dias que nos dedicaremos ao nosso próximo, desejando lhes amenizar os sofrimentos mais duros.
E tantas são as necessidades sobre o solo que nos abriga: crianças a conduzir ao alfabeto, idosos a amparar na enfermidade e solidão que os envolve, jovens e adultos a serem encaminhados a trabalhos que lhes dignifiquem a vida.
Dias em que amaremos aos que já amamos e aprenderemos a amar outros tantos, ainda nem conhecidos agora.
Desfrutar do aconchego da família, abraçar mais, dizer multiplicadas vezes o quanto amamos a cada um.
Permitirmo-nos ampliar o rol das amizades, descobrir a riqueza interior de tantos e enriquecer a nossa família pelos laços do espírito.
Novo Ano. Novos dias.
Respiremos profundamente. Deixemos o ar deste novo dia nos encher os pulmões, renovando-nos.
Oremos ao Senhor da Vida para que esses novos dias que apenas amanhecem, hoje, nos permitam desfrutar de todas as generosas bênçãos que o amor do Pai nos preparou.
Vivamos como irmãos. Trabalhemos como os residentes de um mesmo e imenso lar. Amemos como o Mestre nos ensinou.
Iniciemos hoje a realizar mudanças positivas em nossa vida.
O passado está concretizado, o presente apenas se esboça, o futuro nos pertence, de forma total.
Pensemos nisso. Porque hoje... hoje é o dia de iniciar a fazer o melhor, neste novo e maravilhoso ano que de nós depende construir.
Redação do Momento Espírita, com transcrições
do item 2, do cap. VI, do livro A gênese –
os milagres e as predições segundo o Espiritismo,
de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 1º.1.2018.
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