Em uma revista de circulação internacional, lemos que uma senhora foi ao teatro com seus dois filhos.
Narra ela que, logo que o espetáculo começou, outras duas crianças que estavam sentadas mais à frente começaram a chorar, em altos brados.
Uma espectadora que estava próxima, falou para a mãe delas: Não seria melhor a senhora sair com as duas, até que se acalmem? Eu cuido dos seus lugares.
Mais do que depressa, a mulher respondeu: Claro que não vou sair. Comprei três ingressos. Minhas filhas e eu temos o direito de ficar até o fim do espetáculo. Os outros que aguentem.
São fatos de tal natureza que nos apontam o porquê da má educação de tantas crianças e jovens, na atualidade.
É que seus pais não estabelecem normas. Exatamente porque eles mesmos não têm normas.
E, para muitos pais, seus filhos sempre têm razão. Se o garoto ficou no banco de reservas no jogo da escola, partem com vigor para cima do técnico, desejando saber as razões do que chamam perseguição gratuita.
Com tal atitude, não exemplificam ao filho que há momento para participar ativamente e momento para aguardar, observar.
Que uma equipe é o resultado do esforço de todos e de cada um, no momento oportuno.
Se o time mirim perde, eis novamente os pais culpando o técnico, o treinador. Afinal, todos têm má vontade com as suas crianças, não as preparam.
Em nenhum momento cogitam de falar ao filho que há momento de ganhar e momento de perder. Que tudo é uma questão de treino, dedicação, esforço e que, numa disputa, naturalmente, o melhor deve vencer.
A derrota deve ser vista como estímulo a mais treinamento, maior empenho.
Com tal atitude, não é de estranharmos que tenhamos torcidas organizadas, compostas por pessoas que foram dessa forma educadas, que bloqueiem uma estrada e destruam um ônibus a pedradas e pauladas, desejando agredir os jogadores do seu time de futebol, que foi desclassificado do torneio esportivo.
Quando os filhos apresentam o boletim com notas baixas, a culpa sempre é dos professores ou da direção da escola.
Nunca dos seus rebentos que não estudaram ou quiçá tenham apresentado baixo desempenho escolar, por alguma problemática que estejam atravessando.
É tempo de pensar e tomar atitude. Antes de mais nada, exemplificar, como pais, a cortesia, a gentileza, a honestidade, o respeito, enfim, todos os valores que desejamos tenham os nossos filhos.
Não há mais tempo para se descurar da infância do hoje que se constituirá nos homens do amanhã, os cidadãos do mundo novo que todos aspiramos.
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Pensemos: de forma muito frequente, o comportamento rude das crianças é resultado de falta de orientação.
É que como pais nos descuidamos de estabelecer normas de comportamento, e eles, simplesmente, agem como observam outros agirem.
Tenhamos em mente que críticas e xingamentos somente contribuem para tornar as crianças mais tensas e agressivas.
Assim, a educação exige que se estabeleçam normas claras para as crianças seguirem. Normas ditadas pelas boas maneiras, respeito aos semelhantes, modéstia e justiça.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo
Como criar filhos educados em um mundo rude, da
Revista Seleções Reader’s Digest, outubro/1997.
Em 29.12.2017.
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