Interessante era observar a rotina daquele jovem.
Levantava-se pela manhã, cuidava da higiene pessoal, procurava as roupas no armário, demorando-se alguns minutos a decidir pelas mais adequadas para o dia.
Tomava seu café, sem nem atentar para a riqueza da mesa posta, sobre a qual se encontravam sucos, pães, frutas, tudo disposto de forma agradável.
Saía de casa, seguia até o ponto de ônibus e se dirigia para o escritório, realizando as atividades que lhe competiam, sem quase pensar no que fazia.
No horário do almoço, após a refeição, procurava uma poltrona para cochilar alguns minutos, antes de retornar à mesa de trabalho.
As horas seguintes, lentas, se desdobravam e, ao fim do expediente, retornava para sua casa, onde após o jantar, gastava as horas em frente à TV, até ser vencido pelo sono.
Findando o dia, nem se dava conta de que levava a vida de forma repetitiva, fazendo sempre as mesmas coisas, sem pensar, sem se esforçar.
Profissionalmente, não procurava melhorar seu desempenho, aperfeiçoar-se, pensar em algo diferente, inovar.
Sua vida mais parecia a de um relógio, que repetia sempre as horas, sem acrescentar nada a si mesmo.
Sua jovialidade se perdia em uma quase inanição mental, psicológica e física. Algo parecido com um autômato.
Muito diversa, no entanto, era a vida de Janete, sua colega.
Dizia ela que seu dia era totalmente ocupado por atividades diversas, e que gostaria que ele tivesse mais horas para poder fazer tudo o que desejava.
Morava sozinha e era a única responsável por todas as tarefas, tanto as pessoais, como as do lar.
Levantava-se cedo para deixar a casa em ordem antes de sair para o trabalho e, no final da tarde, ao sair da empresa, ia diretamente para a faculdade.
Os domingos e feriados eram tomados, em grande parte, pelos estudos, algumas idas ao cinema ou teatro ou visitas aos familiares.
* * *
Olhando para essas duas vidas, acode-nos à mente que o trabalho é Lei Divina, Lei natural. Constitui estímulo aos valores que dormem latentes em nosso íntimo, aguardando despertamento, ampliação, desdobramento e todos, abastados ou necessitados, devemos a ele nos afeiçoar.
Toda ocupação útil é trabalho. Se não dependemos do trabalho remunerado para a própria subsistência, devemos empregar nosso tempo em atividades de solidariedade, de serviços de enobrecimento humano.
É salutar sair da rotina e da acomodação que acaba por matar o entusiasmo de viver, os estímulos para enfrentar desafios novos.
Cultivar o hábito da leitura que eleva, conversas que enobrecem, novos aprendizados, distração que edifica, atendimento ao necessitado, são trabalhos de elevação espiritual.
A boa mídia e a sua riqueza de informações instrutivas trabalha e engrandece nosso intelecto.
E o limite do trabalho será sempre o das nossas forças. Quando as forças físicas diminuem, as da alma continuam na ativa do crescimento interior.
Sejam nossas vidas verdadeiras usinas de trabalho digno, e muitas bênçãos de luz, paz e amor se farão em nós e ao nosso redor.
Redação do Momento Espírita.
Em 25.11.2017.
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