Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Um homem simples, um homem extraordinário

César residia em Três Corações, Minas Gerais. Certo dia, um amigo o convidou a ir a Uberaba, para visitar o missionário do amor, Francisco Cândido Xavier.

Era tudo o que ele sempre desejara: conhecer pessoalmente aquela criatura que exalava bondade e atendia a tantas pessoas, de forma simples, sem afetação alguma.

Um homem chamado Amor.

Chegou em casa alvoroçado e disse para a esposa: Aurinha, vamos para Uberaba. Arrume as malas.

Ela olhou para o marido e ponderou que tinham três crianças pequenas, que exigiam cuidados.

Vá você, disse ela. E depois me conte.

Na madrugada, ele despertou e preparou-se para partir. A esposa o beijou e lhe entregou um embrulho:

Amor, eu não poderei ir ver o Chico. Mas fiz um bolo para ele.

Pelos longos quilômetros até Uberaba, ele foi pensando o que diria ao médium tão admirado e tão amado.

Quando se aproximaram da casa de Chico, viu a fila enorme, aguardando para falar com ele. César entrou na fila. O coração pulsava acelerado.

Foi quando sentiu um ponto de perfume. Era um ponto mesmo. Aquele perfume não se espalhava.

Que coisa estranha! – Pensou.

Um ponto de perfume localizado. Olhou para os lados. As pessoas pareciam não sentir aquele aroma tão bom.

A fila foi andando. Finalmente, ele estava em frente ao Chico. Estava tão emocionado que não conseguia falar.

Ficou olhando aquele homem simples e tão extraordinário. Qualquer coisa que dissesse poderia estragar o momento tão especial.

Naqueles poucos segundos, Chico levantou os olhos, sorriu e disse:

O Espírito Sheila foi receber você lá na porta, não é mesmo?

César ficou mais emocionado. O ponto de perfume que ele sentira fora a presença espiritual de Sheila, que costuma, quando se aproxima, exalar delicado perfume, normalmente percebido pelos presentes.

Como continuasse imóvel frente ao médium, Chico esticou a mão, pegou o embrulho e com sua voz doce e inesquecível, falou:

Diga à Dona Aurinha que fico muito agradecido pelo bolo que ela fez para mim, com tanto carinho.

Quando se deu conta, César estava do lado de fora, no pátio da casa. Ele estivera frente ao Chico e não dissera uma palavra.

Mas, tudo o que acontecera, calara fundo em sua alma. Especialmente, Chico saber o nome da sua esposa e que ela havia feito um bolo para ele.

*   *   *

Muitos casos existem relatados por aqueles que estiveram próximos a Chico Xavier. Casos que dizem da sua extraordinária mediunidade, e da não menos extraordinária humildade.

Um homem que se sentava para receber as pessoas, que tinha uma palavra de bom ânimo e ternura para cada um. Um homem que beijava as mãos de quem beijasse as suas, em retribuição.

Um homem simples. Um homem que viveu mais de noventa anos nesta Terra e somente semeou o bem.

Partiu tão delicadamente como vivera. Como ele mesmo anunciara, partiu num dia em que a nação estava feliz: comemorava o pentacampeonato mundial de futebol.

Para todos os que cremos na Imortalidade da alma, a certeza de que Francisco Cândido Xavier não morreu, somente retornou ao lar primitivo, ao mundo espiritual, depois da exitosa jornada terrena.

Também de que prossegue no trabalho do bem e do amor.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo
A primeira vez é inesquecível – um bolo e uma cirurgia,
de César Soares dos Reis, da Revista
Cultura Espírita, julho 2017.
Em 20.11.2017.

 

 

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