Pedrinho contava três anos. Era um menino esperto, tranquilo e antenado com tudo ao seu redor.
Na tarde de um sábado ensolarado, sua mãe o levou e à irmãzinha ainda bebê, ao parquinho próximo de sua casa.
Pedrinho brincava de fazer castelos de areia, construindo o que lhe passava pela imaginação, conforme o fazem muitas crianças.
Dois meninos maiores se aproximaram rindo e, observando o pequeno dizer que o castelo seria da princesinha Luci, sua irmã, olharam–se maliciosamente.
Quando Pedrinho, todo feliz, acabou de construir sua preciosidade, aproximaram-se e com os pés, destruíram tudo.
A mãe observou a cena, à distância e ficou aguardando a reação do filho.
Foi nesse momento que todos se surpreenderam.
Pedrinho, sacudindo a areia da roupa, ficou em pé, balançou negativamente a cabeça, e disse sereno, mas firme, olhando para os garotos:
Poxa! Vocês derrubaram o castelo que eu fiz com tanto carinho para minha irmãzinha... Se vocês tivessem uma princesa como a minha, também gostariam de dar a ela um castelo. Agora, vou ter que fazer outro...
Os meninos se olharam envergonhados. De cabeça baixa, se afastaram, sem dizer nada.
* * *
Certas lições não são aprendidas na escola e nem em regime de severidade.
Algumas nos alcançam a intimidade, pela firmeza e verdade que expressam.
Não é a imposição que nos convence a aceitarmos determinadas correções.
Quando verificamos a forma serena, decidida e sincera de quem nos recrimina; a verdade que exala de palavras que nos são ditas calmamente, percebemos que elas tocam nosso íntimo, e não podemos deixar de aprender algo mais.
Não importa se tais palavras provêm dos lábios de um ancião ou de uma criança, pois sempre que nos chegam ao entendimento e à razão, nos fazem compreender que faltamos com a ética necessária.
Por vezes, crianças nos ensinam, pela forma tranquila de agir, através de suas palavras inocentes, mas de grande significado, quando nos propomos a aprender.
São almas que conquistaram certa evolução e que retornando à Terra, embora ainda em corpos infantis, têm atitudes que nos tocam os corações, com lições primorosas, de forma amena e meiga.
De outras vezes, suas ações decorrem do ambiente em que se desenvolvem e que muito pode colaborar com essa forma doce e correta de resolver seus impasses.
Importante prestar atenção nas atitudes e nos exemplos que tais crianças nos oferecem com suas palavras e atos manifestados com naturalidade, nos ensinando que sempre podemos resolver, de maneira simples e eficaz, os problemas que nos surjam.
Reunimo-nos na face da Terra para que aprendamos uns com os outros e cheguemos a um patamar de evolução e entendimento que nos aproxime sempre mais, pelos laços da harmonia e do amor.
Não importa a posição material que ocupamos nesta empreitada, visto que o que predomina nesse campo é a superioridade moral que cada qual conquistou.
O que conta verdadeiramente é que juntos aprendamos a semear um futuro de luz, paz e amor entre todas as gerações, para a construção de um mundo melhor.
Redação do Momento Espírita.
Em 18.11.2017.
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