Momento Espírita
Curitiba, 26 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Se soubéssemos...

Se o criminoso conhecesse, de antemão, o tributo de dor que a vida lhe cobrará, no reajuste do seu destino, preferiria não ter braços para desferir qualquer golpe.

Se o caluniador pudesse eliminar a sombra que lhe enlouquece a visão, observando o sofrimento que o espera no acerto de contas com a verdade, paralisaria as cordas vocais ou imobilizaria a pena, a fim de não se confiar à acusação inconveniente.

Se o ingrato percebesse o fel de amargura que lhe invadirá, mais tarde, o coração, não cometeria o delito da indiferença.

Se o egoísta contemplasse a solidão infernal que o aguarda, nunca se afastaria da prática infatigável da fraternidade e da cooperação.

Se o guloso enxergasse os desequilíbrios para os quais encaminha o próprio corpo, apressando a marcha para a morte, se renderia à frugalidade e à harmonia.

Se soubéssemos quão terrível é o resultado de nosso desrespeito às leis divinas, jamais nos afastaríamos do caminho reto.

*   *   *

Pessoas experientes, quando relembram deslizes de seu passado, costumam dizer: Ah, se eu soubesse o que sei hoje...

Outros dizem que só aprendemos errando mesmo, como se fosse o único caminho, o que implicaria nos condenar, como Espíritos, ao determinismo do erro, isto é, não teríamos outra opção.

Obviamente a estrada dos erros e acertos nos educa e vimos caminhando por ela há um bom tempo, porém, não se faz necessário errar para crescer em direção à felicidade.

Podemos aprender com as experiências dos outros e pelo exemplo.

Reflitamos: Por que, em sã consciência, vendo que outros estão caindo em determinada armadilha no caminho, seria necessário que também caíssemos para aprender?

Não basta sermos bons observadores? Precisamos igualmente cair? Não parece tolice?

Pois é assim com nossa evolução. Sempre há escolha, outra rota possível.

Todos precisamos passar pela fieira da ignorância em nossa estrada evolutiva. No entanto, não pela carreira do mal, do erro.

Além disso, o Criador nos deu condições de distinguir o bem do mal, através de nossa própria inteligência. Sempre que solicitado ele nos auxilia prontamente nesse processo de identificação de um e de outro.

Não nos assustemos ou nos perturbemos com as faltas provocadas pela ignorância. É transgressão que faz parte do processo natural, do adquirir experiência, maturidade, envergadura moral.

As violações à Lei maior que podemos evitar são aquelas que já são de nosso pleno conhecimento, seja porque as experimentamos ou porque temos condições de entender que não trarão o bem nem a nós nem ao nosso próximo.

Tornar a cometer as mesmas faltas é sofrer gratuitamente, é escolher a dor sem necessidade, é retardar a chegada de dias melhores.

Muitos de nós não poderemos alegar no futuro: Ah! Se eu soubesse! Porque já sabemos, temos discernimento, temos condições plenas de optar pelo bem.

Tudo está claro.

A verdade nos alcança de todas as direções, seja vindo das religiões ou filosofias, seja de homens de bem, seja de breves mensagens que nos chegam, como esta, aparentemente sem compromisso, mas que nos apontam algo muito sério.

Já sabemos. Nossa consciência nos grita, diariamente, algo que nos incomoda e nos pede para que mudemos nossa vida urgentemente. São chegados os dias da transformação moral da Humanidade, da nossa transformação íntima.

Redação do Momento Espírita, com base no
 cap. 38, da obra
Fonte Viva, pelo Espírito Emmanuel,
 psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 23.10.2017.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998