Naquela manhã, como na maioria das outras, o ônibus estava lotado.
Muita gente impaciente, reclamando de tudo e de todos, tornava o clima além de abafado, irrespirável.
Foi quando, com muita dificuldade, entrou no veículo uma senhora idosa que foi se apoiando nas poltronas conforme podia.
Aconteceu o previsível. Aquilo que normalmente observamos nos ônibus, quando adentra uma pessoa idosa: um sono geral se abateu sobre os que estavam sentados.
No entanto, um menino de seis anos, aproximadamente, cutucou seu pai pedindo licença para sair do lugar onde estava.
O pai, indiferente, disse-lhe para ficar sentado. Mas o menino, em voz alta, convidou-a para que viesse se sentar em seu lugar.
Um silêncio constrangedor se estabeleceu no coletivo, enquanto a senhora, agradecida, ocupava o assento que lhe fora oferecido.
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Temos observado que, em meio às inúmeras possibilidades de escolha, aqueles que optam pela cooperação e pela ética constroem relações mais saudáveis e duradouras.
Sendo a gentileza uma amabilidade, uma delicadeza, uma forma de amor, alguns estudos demonstram que pessoas gentis têm aumentado o seu grau de felicidade, porque essa virtude está ligada ao gene que libera o hormônio responsável pelo bem-estar, a dopamina.
Um ditado popular diz que gentileza gera gentileza.
De fato são muito comentados os fatos sequentes de atitudes generosas, comprovando que, quando se é gentil com os outros contribuímos para tornar melhor o ambiente em que vivemos.
A gentileza acaba por ser contagiante, e outros são motivados a serem, igualmente, gentis.
Sendo uma forma de atenção, de deferência, que torna os relacionamentos mais humanos, é decorrência natural do respeito e do amor, do prazer de servir, apenas pela alegria de ser útil.
Uma pessoa gentil demonstra cortesia, é educada e atenciosa.
Quando, habitualmente, auxiliamos as pessoas, quando conseguimos ser gentis para com todos, temos igualmente aumentadas nossas probabilidades de gozo de saúde mental.
Nosso sistema imunológico tende a ser melhor, porque existe uma relação direta entre bem-estar, felicidade e saúde.
Quando nos dispomos à gentileza, nos tornamos pessoas cuidadosas e delicadas não apenas com os de fora, mas também dentro do próprio lar.
Sempre atentos para perceber as necessidades do outro, conquistamos a consciência de que aquilo que nos alegra, pode igualmente alegrar a outrem e o que nos entristece, pode da mesma forma entristecê-lo.
Colocamo-nos no lugar do outro para escolher a melhor forma de agir e nos felicitamos.
Dessa forma, sejamos gentis, doemo-nos e veremos como nos sentiremos mais completos e felizes.
Como a gentileza decorre do despertar da consciência, quando nos dispomos a compreender os valores reais da vida, juntamente com essa virtude, conquistamos alegria, amorosidade, afabilidade, amizade, brandura, gratidão, respeito, ternura, tolerância.
O gesto de gentileza é, sem dúvida, um grande passo para modificarmos uma situação de descaso, de indelicadeza ou de indiferença.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita.
Em 7.10.2017.
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