Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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É natural: quando uma grande dor se abate sobre nós, a tendência é ficar paralisado, encolhido.

Parece que tudo para. O ar fica pesado e a melancolia, em toda parte, faz os ponteiros dos relógios se arrastarem. No coração, solidão, medo, angústia, sofrimento.  

Nessa hora, a maioria de nós tem vontade de deixar todas as coisas de lado, de dormir, esquecer, desaparecer.

Mas a vida prossegue. E reclama de nós uma atitude: é preciso continuar.

O estômago pede comida, o corpo se revela com sede, a família precisa ser sustentada. Tudo segue normalmente.

Mas, como prosseguir quando nada parece ter sentido? Se um enorme vazio toma conta de todas as coisas?

Antes de tudo é preciso ter consciência de que há outras pessoas que dependem de nós, seja fisicamente ou emocionalmente.

Filhos, mulher, marido, pais, irmãos, amigos. Toda essa multidão sofre junto conosco. E, por amor a eles, é preciso lutar para superar o que nos magoa.

Se um filho morre, há outros que ficam. E esses aguardam gestos de amor, cuidados, sorrisos.

E, se não há outros filhos, há outros parentes, há amigos que nos querem bem.

Se perdemos algo, mesmo que seja muito importante, mesmo que seja o trabalho de toda uma vida, é a hora de buscar novos horizontes, novas oportunidades, novos olhares.

O mundo está cheio de descobertas à nossa espera.

Para isso é preciso estar aberto ao mundo, com os braços prontos para abraçar as belezas que a vida oferece.

É preciso saber que não somos solitários no sofrimento. A dor que nos fere também vitima milhões de outras pessoas.

Cada um carrega a sua dor. Muitas vezes em segredo. Muitas vezes sem ninguém com quem compartilhar.

Apesar da dor, o mundo continua a girar, tudo segue seu ritmo normal. E de nada adianta desejar que tudo pare para nos assistir chorar. Ou para nos consolar.

Temos dentro de nós uma força imensa para resistir a tudo, para suportar todas as provas. É algo que vem de Deus.

Jesus nos ensinou que Deus não dá provas superiores às nossas forças. Sim, pois Deus pôs em nosso coração a fortaleza que nos reergue.

É o espírito de luta que surge quando estamos abatidos. É a força que, de repente, toma conta da alma e nos faz sorrir de novo.

É um presente de Deus. Aproveite. Essa energia está viva na sua alma. Agita-se como um pássaro e espera que você a liberte.

Como alcançá-la em nossa intimidade e despertá-la?

Não há segredo e todos, sem exceção, podem conseguir. Chama-se oração.

Deixe seu coração falar com Deus. Abra-lhe sua intimidade. Confesse-lhe suas amarguras, ansiedades, tristezas.

E tenha certeza. Ele, o amor infinito e a misericórdia plena, não vai deixá-lo sem respostas.

A afirmativa é de Jesus, ao dizer que o pai não dá pedras ao filho que pede pão.

Confie. Dê-se essa oportunidade de fé, com ela buscando fortalecer suas esperanças, renovar seu ânimo para o bem, consolidar sua coragem para retomar a caminhada, conquistar forças para prosseguir com destemor.

Faça isso por você, mas, principalmente pelos seus afetos. Eles precisam muito de você.

Lembre-se que Jesus cantou o hino da esperança e do consolo para a Humanidade, com Seus ditos e feitos, e avisou-nos, afirmando: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.

Venham a mim todos os que estão cansados pelas lutas do mundo e eu os aliviarei.

Pense nisso.

 Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 10, ed. FEP.
Em 2.10.2017.

 

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