Conta-se que um velho guerreiro, admirado e respeitado por todos de sua tribo, era frequentemente consultado pelos seus.
Certo dia, um jovem de seu clã, ansioso por galgar o mesmo sucesso do velho, foi ter com ele, desejando beber de sua sabedoria.
Venerável ancião, disse o moço, busco compreender quais as melhores lições que a vida vos ofereceu.
Guerreastes em muitos campos de batalha, enfrentastes destemido os mais audaciosos adversários, demonstrando coragem e bravura.
Fostes o maior líder de nosso povo, e sob vossa égide conquistamos paz e soberania.
Assim, desejo saber qual a maior lição que pudestes aprender em vosso caminhar.
Meu caro jovem, redarguiu o velho líder, após tantas lutas, tantos enfrentamentos, digo-lhe apenas uma coisa: O grande segredo da vida não é lutar pelas nossas diferenças, mas sim unirmo-nos pelo que temos em comum.
Não importa se somos dessa ou daquela etnia, se somos branco, índio ou negro.
Antes de tudo, temos que nos entender porque somos gente, homens e mulheres, sem diferença nenhuma quando vistos por dentro.
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A lição do guerreiro é considerável. Em um meio onde as ideologias partidárias, as diferenças, brigas e os antagonismos são a tônica dos relacionamentos em nossa sociedade, ele nos orienta a que busquemos nos unir em torno do que temos em comum.
Ideal seria que dessa forma acontecesse conosco em sociedade.
É natural que existam pessoas que tenham uma ideologia política diferente da nossa.
Nem todos temos a mesma orientação sexual a nos conduzir a vida.
Educamos nossos filhos de maneira diferente.
Votamos em candidatos distintos e torcemos para times contrários.
Temos gostos musicais dos mais variados. E escolhemos essa ou aquela religião para alimentar nossa Espiritualidade.
Mas isso tudo é secundário. Antes de tudo, somos irmãos.
Somos todos Espíritos reencarnados, navegando em um corpo físico, buscando superar nossas dificuldades, enfrentar a nós mesmos, dando conta das responsabilidades que nos cabem no mundo.
Assim, se alguém nos enfrenta com suas opiniões, compreendamos.
Se alguém precisa convencer a outrem sobre suas próprias opiniões, é porque talvez ainda esteja inseguro delas.
Se outrem nos procura para conduzir-nos às suas crenças, tenhamos paciência.
Muitas vezes, a estreiteza imposta a eles os impede de perceber que o caminho pouco importa, quando se tem claro o destino.
Com os luminares espirituais aprendemos que toda doutrina, mesmo parcialmente equivocada, é digna de respeito, desde que conduza as pessoas ao bem.
Assim, no agrupamento que estejamos, evitemos as polarizações, seja qual for o tema.
Tolerar é compreender que, no limite daquilo que é legal e ético, temos direito de agir conforme os ditames da consciência.
E o maior exemplo de tolerância nos oferece Deus, quando nos permite que usemos nosso livre-arbítrio.
Na Sua tolerância Divina, Ele sabe que nossos erros e opções, nem sempre acertadas, são caminhos de aprendizado e amadurecimento.
Redação do Momento Espírita.
Em 29.8.2017.
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