A expressão Filho de Deus é bastante empregada em nosso linguajar cotidiano. Tão utilizada que se desgastou.
Temos ideia do que significa ser Filho de Deus? Sentimo-nos filhos de Deus?
Primeiro, precisamos entender de Quem ou de Que estamos falando.
A palavra Deus designa a Inteligência Suprema do Universo, a causa primária de todas as coisas.
Dentro de todas essas coisas, estamos também nós, Espíritos, os seres inteligentes da Criação.
Essa Inteligência, que chamamos Deus – e outros chamam por outros nomes – rege o Universo através de leis perfeitas de amor e justiça. Nada sai do Seu controle. Tudo é perfeitamente administrado por Ele.
Ele também administra uma obra de beleza inimaginável. Conhecemos pouquíssimo de sua exuberância e quanto mais vamos descobrindo, mais vamos nos encantando. Como tudo se encaixa, como tudo funciona com perfeição, do micro ao macro.
Tudo tem sua função na natureza, tudo se encadeia, se entrelaça, se interliga. É uma verdadeira obra de arte.
Agora vem o mais interessante: fazemos parte desta obra de arte. Temos uma função importante na Criação.
Quando o Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, perguntou aos mestres da Espiritualidade qual o objetivo da encarnação dos Espíritos, isto é, por que necessitamos vestir um corpo material e nos vincularmos a uma vida física, recebeu a seguinte resposta:
Deus impõe a encarnação aos espíritos, com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns é expiação, para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer as vicissitudes da existência corporal.
Visa ainda um outro fim a encarnação: o de por o espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação.
Aí está: a parte que nos toca na obra da Criação. Temos uma parte em tudo isso. Somos importantes, temos significado, precisamos existir.
Para aqueles que, por vezes, nos sentimos insignificantes, pensemos: será que o sol se sente assim? Ele tem uma parte na grande obra universal.
Mas o que é o sol diante das centenas de bilhões de sóis no Universo? Para os que gostam de contar números apenas, pode parecer insignificante.
Em segundo lugar, precisamos entender que não somos partes do Criador e nem emanações dEle.
Somos Sua obra, somos filhos, somos independentes dAquele que nos criou.
Carregamos em nosso íntimo sua assinatura, a assinatura do grande Autor, que nos faz caminhar rumo à felicidade inevitavelmente.
Um pai está sempre próximo e presente na vida de seus filhos. Não poderia ser diferente.
O que acontece conosco é que não percebemos o Pai como poderíamos perceber. Alguns a ponto de dizer que Ele nem sequer existe. Essa aparente distância nós criamos pela falta de sensibilidade, que precisa ser desenvolvida.
Essa sensibilidade faz parte de nossas conquistas morais, assim como a amorosidade – amor ao próximo. Juntas vão construir uma nova virtude: religiosidade.
A religiosidade nos dará a capacidade de perceber o Criador, percebendo o nosso próximo e construindo um laço de amor entre nós, ele e o Pai Maior.
Redação do Momento Espírita, com citação da questão 132,
de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 21.8.2017.
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