No banheiro da academia, uma senhora enxugou as mãos e, com o mesmo papel toalha, secou as bordas da pia.
Uma jovem que assistia à cena achou aquele gesto interessante e perguntou por que ela fazia aquilo.
A mulher sorriu e disse: Seco as bordas da pia para evitar que alguém molhe ou manche a roupa. Já me aconteceu sujar uma blusa com algo que eu não sabia o que era. Estava atrasada para o trabalho e não pude voltar para casa para me trocar.
Assim como eu, muitas pessoas também têm horários apertados e não poderão voltar para casa. Não quero que ninguém passe por isso. Além do mais, não me custa nada.
Diante da delicadeza daquele gesto, que demonstrava respeito e cuidado para com outras pessoas, a jovem deixou o local, calada, e sentiu que algo dentro dela se acendia.
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Portador de uma doença degenerativa desde a infância, Cláudio queria estudar, escrever, mas a atrofia nas mãos e braços dificultava demasiadamente os movimentos.
Durante seu mestrado, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ele começou a se dedicar ao estudo de informática e desenvolveu, com a ajuda de uma professora, um teclado virtual.
Na verdade, é um programa de computador que permite escrever com mais rapidez e desenvoltura, pois o teclado agrupa as letras em famílias silábicas.
Fez questão de compartilhar sua invenção com outras pessoas. O programa recebeu o nome de Mousekey e pode ser baixado, sem custo algum, por qualquer usuário, diretamente no computador.
Graças a esse gesto, incontáveis pessoas com e sem deficiência foram beneficiadas e puderam escrever com ganho de qualidade.
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Numa área abandonada de uma cidade, um homem começou a plantar árvores de diferentes espécies. Ao longo de mais de uma década, foi plantando pomares e jardins.
Vândalos arrancaram muitas mudas, mas ele as plantou novamente. O lugar, que antes era deserto e perigoso, virou ponto de encontro de moradores e visitantes, que ali podem desfrutar de sombra, passear, comer as frutas e se distrair vendo os pássaros que vivem nas copas.
Dessa forma, ele melhorou a vida das pessoas com uma atitude muito simples: plantar árvores.
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Muitos de nós somos beneficiados, inúmeras vezes, sem saber, por atitudes de pessoas que nunca vimos e não conhecemos.
Pessoas que, por meio de gestos aparentemente pequenos e simples, demonstram uma nobreza de caráter e uma generosidade gigantescas.
Elas não ganham nada, materialmente falando, com tais gestos. Mas, se satisfazem pensando que estão fazendo algo de bom e útil para os outros.
Muitas não têm a dimensão do bem que fazem e não o fazem para serem reconhecidas e aplaudidas. Agem movidas por um desejo de ajudar, transformar o mundo, tornando-o um lugar melhor para todos.
Nós também podemos fazer o bem de diversas formas, entre elas inserindo em nossa rotina atitudes simples e pequenos cuidados que demonstrem respeito e amor para com o próximo.
Redação do Momento Espírita, inspirada em reportagem
do Canal G1 (RS), de 27.3.2013 e de reportagem do
Globo Repórter, de 26.2.2016.
Em 28.7.2017.
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