Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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É um desafio muito difícil, dizia aquela senhora de cabelos nevados pelo tempo, falando do convívio entre pessoas com diferentes objetivos de vida.

Comentava que quando se casara, imaginou que seria fácil fazer o companheiro ver o mundo com outros olhos.

Porém, a realidade na sucessão dos dias, foi mostrando que as mudanças somente acontecem quando as pessoas querem.

Ela fora professora e se entregava, de coração, ao trabalho voluntário, auxiliando os demais a enfrentar a vida com alegria.

Seu companheiro, no entanto, era comerciante e seu sonho era a autorrealização no campo das finanças.

Para ele, todos deveriam lutar pelas conquistas materiais para favorecer a vida na velhice.

Por isso, cobrava dela mais colaboração na conquista de bens que pudessem constituir riqueza.

Passados anos, idosa, ela lhe disse que desejaria cursar uma faculdade. Era seu sonho.

Dele recebeu somente críticas pela sua maneira de encarar a vida como se fosse uma fantasia.

Será que ela não percebia que estava próxima da idade de morrer? Para que criar ilusões?

Ela silenciou, com o coração retalhado.

Mais tarde, com os ânimos amenizados, ela lhe disse que a diferença de visão entre eles, era somente de uma letra.

E explicou: Você sempre lutou por ter mais. Mais dinheiro, mais propriedades, mais títulos. Quanto a mim, o meu sonho era e continua sendo somente ser. Ser melhor, intelectual e moralmente.

*   *   *

Nesta vida, presos à realidade material, quase todos ficamos aturdidos e nos enamoramos pelas posses terrenas.

A busca que nos encanta é a do poder.

Lutamos incansavelmente, nos jogando na tarefa de possuir tudo o que nos possa destacar.

O poder do dinheiro nos faz sentir uma falsa superioridade junto aos demais, porque podemos adquirir o que quisermos.

Dizem os sábios que quando desejarmos conhecer profundamente um indivíduo basta lhe conferirmos qualquer poder.

São ilusões materiais que cegam e nos apresentam esse suposto ar de superioridade.

Jesus, que conhecia profundamente as almas humanas, alertou-nos a respeito das posses que deveríamos acumular.

Seus ensinamentos visavam as riquezas espirituais, as únicas que, depois de conquistadas, nada, nem ninguém, nos poderá retirar.

Disse-nos dos talentos que devemos trabalhar em nós, a fim de nos enriquecermos intimamente.

Naturalmente, enquanto na Terra, necessitamos buscar meios honestos de ganharmos o pão de cada dia, garantindo-nos o sustento.

Porém, como somos estrangeiros, passando uma temporada na Terra, não podemos nos descuidar da bagagem que levaremos ao retornar à casa verdadeira, que nos aguarda.

Essa bagagem é constituída do conhecimento que adquirirmos, dos sentimentos que burilarmos e do bem que fizermos.

Somos Espíritos imortais em busca de luz.

Somente o amor e a sabedoria têm o poder de nos conferir enriquecimento definitivo.

Saibamos optar pelo caminho que nos faça brilhar interiormente, irradiando luz ao nosso redor.

E, então, simplesmente, sejamos felizes.

Redação do Momento Espírita.
Em 8.7.2017.

 

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