No mundo em que vivemos, observamos situações repetidas, que acontecem motivadas pelo nosso orgulho e egoísmo, quando sobrepomos a satisfação dos nossos desejos aos dos familiares, especialmente dos nossos filhos.
Por vezes, isso acontece por não dialogarmos com clareza, ou por não aceitarmos os seus sonhos.
Recordamos daquele pai bem sucedido na vida, que alcançara o pleno sucesso que para si idealizara.
Quando seu jovem filho foi convidado, por um dos seus professores, a estagiar em seu escritório, por lhe reconhecer a capacidade e desejar que a desenvolvesse, ele não permitiu.
Mostrou-se indignado, dizendo que quem pode ser patrão não precisa ser empregado.
Sem se dar conta do olhar desolado do rapaz, o levou para sua empresa, deu-lhe um computador e o manteve ao seu lado.
Orgulhoso, a todos o apresentava como seu sucessor, sequer se dando conta da insatisfação do filho e da sua quase nula atividade.
O jovem alimentava outros sonhos. Sentia-se ansioso para voar com suas próprias asas e em outros céus.
Finalmente, concluída a Faculdade de Direito, ele disse ao pai que resolvera trabalhar na área escolhida, criando seu próprio espaço.
Para o pai, foi um grande golpe que precisou administrar a duras penas. Um dissabor que poderia ter sido evitado com um pouco mais de compreensão, diálogo, buscando o entendimento de que cada um tem seus próprios sonhos.
* * *
Bom seria se percebêssemos que somos todos seres livres e independentes, que trazemos nossas tendências e preferências.
Que embora vivamos neste mundo consumista, devemos estar atentos aos nossos e aos sonhos alheios.
Ninguém será feliz fazendo o que é obrigado a fazer, mas sim, trabalhando no que o deixa realizado, opção que deve ser analisada, avaliada e aceita, especialmente pelos pais, para que não venhamos a interferir em decisões importantes que dizem respeito à vida dos filhos.
Interferências que criarão infelicidade e até afastamento.
Somos todos Espíritos imortais em evolução, comandados por uma vontade própria e individual que nos leva a caminhar de acordo com as nossas possibilidades e tendências.
Possuímos, todos, a capacidade de aprender com nossos esforços e méritos.
Estamos na condição de filhos e pais passageiros, enquanto neste planeta.
Não nos encontramos sobre a Terra a passeio, nem tampouco para impormos gostos e desejos uns aos outros.
A vida nos é dada para o progresso, para o desenvolvimento das nossas potencialidades. E uma das oportunidades de crescimento é a profissão.
Dessa forma, preparemos nossos filhos para serem úteis, éticos, honestos, respeitadores, fiéis. Mas, permitamos que se dediquem àquilo que os dignifica e lhes dá prazer.
Para isso, deixemos que exerçam a profissão que elegeram para si e, felizes, vejamo-los crescer, produzir, serem felizes.
Por fim, confiemos no Pai Celestial, para o qual, todos somos filhos muito especiais.
Redação do Momento Espírita.
Em 24.6.2017.
Escute o áudio deste texto