Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone Herança de imortalidade

Quem parte leva saudades de alguém que fica chorando de dor... Os versos da canção popular traduzem o que, ainda hoje, acontece no mundo.

A morte prossegue a ser vista com horror e a vestir-se de negro. O que deveria ser um momento de reflexão e de prece transforma-se em grandes lamentações.

Há dois mil anos, um Sublime Mensageiro, nas terras da Galileia, cantou a Imortalidade.

Mais do que conviver com os Espíritos, falar com eles, amá-los, o que atestam os escritos dos Evangelistas, Ele mesmo retornou após a morte.

Ele dissera que, se destruído fosse o templo de Seu corpo, em três dias Ele retornaria. E o fez.

Esteve com os Seus apóstolos, entrando no cenáculo totalmente fechado. Sou eu, não temais!

Permitiu que o incrédulo Tomé lhe tocasse a chaga aberta no peito.

Aos discípulos que seguem a Emaús, igualmente se identifica. Durante quarenta dias esteve com eles, intensamente, em variados momentos.

Exortando-os à coragem, ao trabalho, ao dever.

Amigo Incondicional, assegurou que onde houvesse duas ou mais pessoas, reunidas em Seu nome, Ele ali se faria presente.

E assim tem sido ao longo dos séculos que se dobraram, no tempo.

Ele, o Mestre, nos deu a lição imortalista, demonstrando que a morte não é o fim.

Vou à frente, preparar-vos o lugar, também prometeu.

Cabe-nos, então, reflexionar um tanto mais a respeito desse fenômeno que a todos alcança, sem exceção alguma: a morte.

A morte que chega devagar, após enfermidades longas e dolorosas.

A morte que vem de rompante, levando os nossos amores.

A morte que não faz diferença entre raça, idade, posição social. A todos ela abraça.

Naturalmente, que sempre se terá a dor da separação. A partida é a dor da antecipada saudade. A dor pela ausência de quem parte.

No entanto, da mesma forma que nos despedimos no aeroporto, na rodoviária, nos lares, dos afetos que buscam outras terras, em férias, não cabe desespero.

Chora-se somente pela ausência, pela saudade, sem lamentar, porque guardamos a certeza de que logo mais voltaremos a nos encontrar.

Da mesma forma que vamos ao encontro de quem está em férias, depois de um período, também acontece com a morte.

Um dia, tornaremos a estar juntos. Quando partirmos, eles estarão nos aguardando na fronteira da Espiritualidade.

Na Terra, quando estamos distantes, vamos utilizando todas as formas de comunicação de que dispomos para arrefecer a saudade.

Quando os amores partem para a pátria espiritual, utilizemos os fios mentais da recordação dos tempos felizes juntos, e a oração, para conversarmos com eles.

E nos será, então, bastante comum sonharmos com os amores que se foram e continuam a nos amar.

Serão momentos gratificantes de abraços, de reencontros. Momentos que irão envolvendo a nossa imensa saudade em suaves lembranças.

Um dia, tornaremos a estar juntos, neste mundo ou no outro.

Somos imortais, filhos da luz, herdeiros do Universo. Confiemos: ninguém morre. Todos retornamos à Casa do Pai, destino final dos que fomos criados pelo Seu amor soberanamente justo e bom.

Pensemos nisso e enxuguemos nossas lágrimas de revolta, de inconformação, deixando que escorram somente as da saudade, do amor, das lembranças de tantos momentos bem vividos.

Transformemos nossos adeuses em até breve!

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 32, ed. FEP.
Em 26.3.2018.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998