Embora as transformações na forma de viver, ocorridas ao longo dos tempos, as pessoas ainda enfrentam dificuldades para encontrar a própria felicidade.
Entre essas, apresenta-se a formação de um novo lar.
Aprendemos que o casamento é um progresso na marcha da Humanidade e que a sua abolição seria uma regressão à vida dos animais.
Isso deixa claro que a união de um casal é uma lei natural, uma lei divina.
Na atualidade existem várias modalidades de união, no entanto, percebe-se que o mais importante é o convívio diário.
Algumas pessoas optam por nenhuma cerimônia, outras escolhem realizar uma cerimônia tradicional, com pompa, banquete ou recepção requintada, música ao vivo, registros em vídeos e fotos.
Entretanto, temos que convir que o mais importante para o relacionamento de um casal não é nenhum desses itens.
A grande e real diferença, aquela que definirá a boa qualidade do convívio a dois, está entre estar preparado e saber ou não saber viver em harmonia.
Por vezes, casamos entre festas e roupas elegantes, partimos para uma viagem inesquecível, montamos nossa casa com capricho e somos felizes.
De outras vezes, acontece que, mesmo fazendo tudo isso, ao retornar da lua de mel, nos damos conta de que assim que a festa acabou, nada restou. Tudo eram aparências, inclusive o respeito e o amor.
Portanto, o mais importante é construirmos o novo ninho entrelaçando sonhos e ideais, de forma constante e prazerosa no dia a dia.
É concretizarmos juntos um ideal de vida que pode ser simples e modesto, mas que traga a marca de quatro mãos na sua construção.
É saber somar e dividir tanto as contas como os sentimentos. É saber cobrar e ceder, nas tarefas e nos carinhos.
É chorar e sorrir juntos, e juntos resolver problemas e comemorar os sucessos.
É compartilhar ideias, o trabalho, as dores, os receios, as alegrias.
É plantar flores juntos e colhê-las ainda juntos.
É prepararmos aquele jantar muito especial, em noites de chuva e frio.
É contabilizarmos as frustrações e juntos buscarmos novas alternativas.
É nos conhecermos um ao outro, um pouco mais a cada dia, doando-nos sempre.
É perdoarmos e sermos perdoados em nossos pequenos deslizes.
É ajudarmos e sermos ajudados em nossas dificuldades.
É sabermos respeitar e sermos respeitados, sempre.
Tudo isso nada tem a ver com a forma nem a pompa de uma união.
O que conta, realmente, é a sinceridade dos sentimentos e a vontade de juntos construir um futuro de realizações maiores.
É sermos parceiros, solidários em qualquer circunstância.
É sermos felizes, construindo a felicidade a dois.
É amarmos no sentido mais nobre do termo, sem cobranças nem exigências.
É respeitarmos o cônjuge escolhido, com seus limites e possibilidades próprias.
É oferecermos a maior e melhor parte de nós para o ninho de amor ser aconchegante e feliz.
O casamento ideal é feito sempre de doação, porque o verdadeiro amor não é o que se recebe, mas sim o que se doa.
Façamos de nossa união o ninho acolhedor com que sonhamos.
Redação do Momento Espírita, com base
nos itens 695 e 696 de O livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 27.5.2017.
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