Quem tem crianças em casa está acostumado com barulho, com brinquedos espalhados, com sobe e desce pelas escadas.
Com correrias, com gritos de alegria porque teve êxito no jogo, ou está se divertindo com o mais recente presente.
Também sabe que, quase sempre, quando um grande silêncio acontece, a não ser que estejam dormindo, o sinal é de que elas estão aprontando alguma coisa.
Por isso, aquela mãe de dois meninos, Sheryl Blanksby, desconfiou da ausência de barulho.
O que estaria acontecendo? O que o menino maior estaria aprontando com o seu irmãozinho?
Ela resolveu averiguar. Qual não foi sua surpresa ao encontrar William, deitado no colchão, ao lado do irmão Thomas, de apenas um ano.
O mais extraordinário é que ele acariciava o bebê, com delicadeza e lhe dizia, sussurrando: Kuya está aqui. Está tudo bem.
A cena foi demais comovente porque o bebê sofre com um tipo raro e agressivo de câncer, descoberto na sexta semana de vida.
Até então, Thomas parecia completamente saudável. Mas, ao examinar um caroço em sua barriga, os médicos descobriram um grande tumor no rim esquerdo.
A doença acomete apenas vinte e cinco pessoas a cada ano, nos Estados Unidos.
A taxa de sobrevivência mal ultrapassa os trinta por cento. Então, a família decidiu viver intensamente o tempo que resta com o bebê.
A mãe registra cada momento de seu pequeno guerreiro, nas redes sociais.
Meu coração se parte a cada sorriso que ele me dá. Acordo querendo que seja um pesadelo, mas olho para ele e lembro que é real.
Vou para a cama com medo e peço todos os dias para aquela não ser a nossa última noite, relatou ela.
E ali estava William confortando o irmãozinho, como a lhe dizer que ficasse tranquilo porque ele estava ao seu lado.
Talvez quisesse acalmá-lo, no sentido de que não tivesse medo da dor, da morte, da partida, que pode acontecer a qualquer momento.
Talvez desejasse simplesmente afirmar: Sou seu irmão, estou aqui. Você não está sozinho.
Quando pensamos que as crianças não entendem certas situações, nos surpreendemos.
Elas têm, normalmente, um entendimento muito maior do que possamos imaginar.
E quando deixam que o afeto extravase, são capazes de atos comovedores.
Olhando as fotos no Instagram, postadas pela mãe, cogitamos se esse menino não veio justamente para auxiliar o irmão, na sua dura provação.
Por isso, a fala delicada: Kuya está aqui. Tudo vai ficar bem.
Que doce entendimento de que o amor consola, alivia dores, ampara quem chora.
Pudéssemos sempre lembrar dessa verdade e menos vezes nos recolheríamos para dentro de nós mesmos, quando o sofrimento nos alcançasse.
Menos vezes nos entregaríamos à tristeza, à depressão. Porque todos temos alguém que nos ama.
Um pai, uma mãe, filhos, cônjuge, um amigo, um companheiro.
Pode até ser a simples presença de um cão que nos recebe à porta, latindo, que salta e nos lambe.
Ou um gato que se esfrega em nossas pernas, num repetido afago.
Muito bem já nos foi ensinado: o amor é de essência divina.
Usufruamos do amor que nos é ofertado. Ofertemo-nos em amor a quem caminha ao nosso lado, entre dificuldades.
Redação do Momento Espírita, com
base em nota colhida na internet.
Em 24.5.2017.
Escute o áudio deste texto