Momento Espírita
Curitiba, 27 de Novembro de 2024
busca   
no título  |  no texto   
ícone O papel da mulher

Quando a jovem, junto a amigos que serviam à comunidade carente, chegou à favela pela primeira vez, ficou chocada.

Ela ouvira falar de miséria e fome. Isso ela podia entender. O desemprego, a falta de habilitação profissional, os limites pessoais daquela gente, no seu modo de ver, poderiam somente conduzi-las àquela situação.

Mas o que a deixou estarrecida foi a sujeira de alguns. O corpo acumulava o pó e o suor de muitos dias. As roupas estavam engomadas de tão sujas, não se podendo identificar com certeza as cores. O mau cheiro era insuportável.

Percebendo o desconforto de Adriana, um dos amigos se aproximou, tentando ajudá-la. Ela aproveitou o momento para desabafar:

Esta gente é muito relaxada! Desde cedo aprendi com minha mãe que a gente pode ser pobre, mas também ser limpo.

Armando a abraçou e lhe disse em voz baixa:

Adriana, estes que estão assim tão descuidados não tiveram mães desveladas como as nossas. Não tiveram quem os ensinasse a se manterem limpos.

Mães são seres especiais. Desempenham junto aos filhos a mais nobre das tarefas que possa ser designada aos seres humanos: ensinar o filho a viver.

São elas que, desde o berço, passam aos pequenos as primeiras e preciosas lições de vida.

São elas que lhes protegem o passo e os disciplinam no dever.

São elas que, desde a amamentação, lhes servem com o leite as noções de Deus, da oração e da moral de Jesus.

Com as primeiras palavras, também as primeiras orações ao Pai e Criador.

No suave aconchego do lar elas lançam as sementes nos corações iniciantes na Terra. Cedo ou tarde, as sementes germinarão.

Mesmo que, eventualmente, os filhos se percam pelas ruas tortuosas do mundo, dia haverá em que recordarão as lições recebidas e retornarão ao caminho da retidão.

Então, amiga, considere que estas criaturas não tiveram os cuidados que nos foram dispensados. Nem tampouco, as orientações que recebemos.

É possível que alguns deles nem tenham a verdadeira noção de lar, de uma família estruturada, de mãe atenciosa.

Pense nisso e comecemos nós, a cada dia, a pouco e pouco, irmos lhes ensinando noções de higiene, de organização, de cuidados.

*   *   *

Nada que se imprima nos corações infantis perde-se no tempo. A memória guarda e o coração armazena com um sentimento todo especial.

E, de uma forma singular, quando essas crianças se tornarem pais e mães brindarão seus próprios rebentos com as lições da sua infância e os valores colhidos da boca materna.

O que ensinamos aos nossos filhos são sua melhor proteção contra as tentações e o mal que se encontra no mundo.

Com valores bem definidos, eles terão condições de tomar suas próprias decisões em vez de imitar as modas mais recentes ou colegas nem sempre convenientes.

Ajudar nossos filhos a desenvolver valores morais deve fazer parte do nosso roteiro de educação. Isso é tão importante quanto ensiná-los a ler e a atravessar a rua com segurança.

Redação do Momento Espírita.
Em 8.5.2017.

 

Escute o áudio deste texto

© Copyright - Momento Espírita - 2024 - Todos os direitos reservados - No ar desde 28/03/1998