Inúmeros adversários trabalham contra a paz.
Destacamos três que são cruéis, em seus processos perseguidores.
Aparecem quando menos se aguarda, e assumem proporções ameaçadoras que terminam por desequilibrar, levando ao fracasso.
Sentimentos enobrecidos, capacidades invulgares de lutas, espíritos corajosos, quando por eles alcançados tombam, deixando escombros onde antes operavam com alegria.
Antes que o indivíduo se dê conta, está infectado e só a muito esforço se liberta da presença perturbadora de tais invasores.
Sutis ou violentos, utilizam-se de façanhas perversas e se alojam perigosamente no coração e na mente, provocando estados de desordem do raciocínio e de desinteresse pela vida.
Referimo-nos à depressão, ao ressentimento e à exaltação.
Quando o cerco dos problemas torna-se aparentemente irremediável, os temperamentos de constituição mais delicada caem em depressão.
A depressão é semelhante à noite que se apresenta em pleno dia. É nuvem ameaçadora que encobre o sol. É tóxico que envenena lentamente as mais belas florações do ser.
O ressentimento é parecido ao mofo que faz apodrecer o sustentáculo onde se apoia.
Utilizando-se de causas que lhe dão entrada franca, desenvolve-se e, invariavelmente, alcança poder destruidor onde se fixa.
A exaltação, idêntica à faísca de eletricidade devoradora, atinge os nervos e produz relâmpagos de loucura com trovoadas carregadas de rebeldias, que enfraquecem os ideais da vida e despedaçam aqueles que lhe tombam nas malhas.
Como, então, combatê-los? De que instrumentos dispomos para afastarmos tão poderosos adversários?
Recursos salvadores são a oração, o prosseguimento do trabalho e o amor desinteressado e incessante.
Para a depressão, imediatamente se deve usar a vacina da coragem pela prece.
Nada, nenhuma força, pode nos fazer desistir do que somos, do que já construímos.
Qualquer sentimento que nos invada, convidando a esse tipo de caminho, será sempre armadilha falsa. Pensemos que somos maiores do que isso!
Para o ressentimento, nos sirvamos do raciocínio lúcido, mediante o amor que não espera nada.
O ressentimento é veneno que ingerimos diariamente sem perceber e que vai nos matando aos poucos. Libertar-se dele o quanto antes é ganhar anos de vida, e vida em liberdade.
Não esperemos nada das pessoas, assim como sabemos que é difícil obrigar os outros a esperarem algo de nós.
Damos o que podemos, no momento que podemos. Assim também é com o próximo. Ninguém pode dar mais do que tem.
Finalmente, para a exaltação, o remédio é a meditação, que recompõe as energias.
Agir em estado de exaltação é agir sem medir consequências. É como andar nas alturas, com uma venda nos olhos, sobre uma corda estreita e fraca. As possibilidades de acidente, de tragédia, são altíssimas.
Meditar, pensar, recompor-se. Não permitir que as decisões sejam tomadas por impulso. Ser dono de si mesmo.
Que possamos cuidar de nossas existências e não deixar que nenhum desses inimigos o faça.
Somos senhores de nossos destinos, de nossos pensamentos e atos. Ninguém, nem nada pode fazer isso por nós se não o permitirmos.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 7, do
livro Desperte e seja feliz, de Divaldo Pereira Franco,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, ed. LEAL.
Em 18.5.2017.
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