Momento Espírita
Curitiba, 23 de Novembro de 2024
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ícone Os amigos do homem

Deus nada faz sem um propósito. Isso nos leva a indagar, contemplando a natureza, para que servem tantas formas de vida, tantas espécies estranhas e variadas.

De forma extraordinária, quanto mais mergulhamos a inteligência na pesquisa, mais maravilhados nos tornamos, ante a sabedoria de cada detalhe.

Quando olhamos para os animais e os vemos, de forma tão particular, servindo às nossas necessidades e aos nossos caprichos, o sentimento é de gratidão.

Admiramo-nos do mel produzido pelas abelhas, de tão diversificados sabores, segundo a fonte de que se utilizam.

Encantamo-nos com a resistência do fio tecido pela aranha; da engenhosidade da casa do João-de-barro; da estética dos ninhos das aves.

Quanta riqueza no reino animal! E quanto deles recebemos.

Dentre os animais domésticos, destacamos aquele que é considerado o melhor amigo do homem, o cão.

Sua fidelidade é incontestável. Muitas histórias já ouvimos daqueles que, morto o dono, seguem-lhe o corpo até o túmulo e ali se deixam ficar.

Ou daqueles que acabam sendo admitidos a visitas no hospital porque não abandonam a porta do local, onde se encontra o dono internado.

No lar, temos os que se transformam em verdadeiros guardiães das nossas vidas e dos nossos bens.

Alguns assumem o papel de babás das crianças, permitindo-se serem puxados de um lado a outro por elas, se submetendo às suas vontades, com uma paciência infinita.

E, quando o objeto da sua guarda adormece, eles se postam ao lado, velando pelo seu sono.

São esses animais que nos surpreendem, vez ou outra, dizendo-nos que, além do instinto, sentimentos existem em gérmen, em sua intimidade.

Conta uma senhora que seu avô tinha um Collie chamado Ferrabraz, que costumava trazer da padaria para casa, todas as tardes, uma cesta cheia de pães.

Durante anos Ferrabraz executou a tarefa e nunca perdeu um pão. De repente, ele começou a chegar, diariamente, com um pão a menos.

Intrigado com aquele comportamento, o avô decidiu segui-lo. E viu o cão sair da padaria com a cesta cheia. Logo adiante, desviou-se do caminho e, cuidadosamente, deixou sobre um barranco elevado, a sua carga.

Tirou dela um pão e desapareceu atrás de um muro. Para surpresa de quem o seguia, ali estava uma cadela, com a perna quebrada, rodeada pela ninhada de sete cachorrinhos nascidos há poucos dias.

A dádiva do Collie era avidamente devorada por ela.

*  *  *

Deus dotou os animais do instinto, o que lhes assegura a vida e a continuidade da espécie.

Entretanto, nesse jornadear pela animalidade, também lhes permite o ensaio de sentimentos, que se revelam no zelo para com suas crias.

Na sua defesa chegam ao sacrifício da morte.

Pinceladas de amor conjugal se manifestam aqui e ali, algumas espécies revelando absoluta fidelidade.

Compaixão, dedicação, abnegação. Ensaios da vida. Quanto mais temos a aprender com respeito a esses nossos irmãos inferiores, os animais, credores dos nossos cuidados e da nossa gratidão.

 

Redação do Momento Espírita, com narração de fato
extraído do artigo
O melhor amigo do homem, de
Seleções Reader’s Digest, de abril de 1948.
Em 13.3.2017.

 

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