Momento Espírita
Curitiba, 22 de Novembro de 2024
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ícone Existência provada

As crianças nos surpreendem, diariamente, com suas falas e suas deduções. Naturalmente, elas estão recebendo, na atualidade, maior soma de estímulos, o que as faz progredir mais rapidamente.

Desde pequenos se envolvem com computadores, jogos, aparelhos eletrônicos, sem se falar que sempre mais cedo comparecem aos bancos escolares.

Deixando de lado essas questões, entretanto, pode-se observar crianças que revelam, desde muito pequenas, disposições e sentimentos que superam a sua idade.

Lembramo-nos de uma garotinha que, passeando ao pôr do sol, com sua mãe, lhe perguntou, atenciosa:

Mãe, quem fez as nuvens?

Elas são tão lindas, parecem macias. E fazem, no céu, uns desenhos tão curiosos. Quem as fez e colocou no céu, de onde não caem?

Foi Deus, respondeu a mãe. Nosso Pai que tudo criou.

Andando mais um pouco, ela olhou para o chão, curvou-se sobre a grama e voltou à carga:

Mãe, quem fez estas flores tão pequenas mas tão coloridas?

A resposta da mãe foi a mesma.

A menina insistiu:

E as pedras? Quem criou as pedras que seguram o chão?

Foi Deus também. Foi a resposta pronta da mãe.

Então, colocando seu dedinho perto do rosto, em expressão de meditação, a pequenina contemplou o pôr do sol e exclamou:

Como Deus é bom! Ninguém, nem nada ficou esquecido.

*   *   *

Que lição da boca de uma criança! Quantos adultos andam pela vida, sem atentar para os detalhes das maravilhas que os rodeiam.

Preocupados com a conta bancária, que se encontra no vermelho, não aproveitam os momentos do crepúsculo para admirar o poente, que parece incendiar, no cair da tarde.

Envolvidos nas preocupações profissionais, esquecem de contemplar os astros, nas noites estreladas. Nem se dão conta de que Deus acendeu centenas e centenas de luzes para iluminar as noites.

Ensimesmados, dirigem o carro pelas ruas, sem perceber que o outono caprichou nas cores do arvoredo, que há folhas pelo chão, que nos galhos despidos de uma antiga árvore, uma flor insiste em explodir em perfume e beleza.

Absortos pelos trabalhos do cotidiano, esquecem de olhar para si mesmos, para o seu corpo e não se apercebem que, enquanto trabalham, sem cansaço, o coração lhes garante o bombeamento do sangue e a oxigenação das células. Que enquanto andam, o cérebro executa infinitos cálculos para lhes conferir o ritmo adequado aos passos.

Que enquanto se dirigem para o lar, pensando no jantar que os aguarda, o estômago prepara as substâncias certas para a digestão.

E tudo isso em nome de Deus, que a tudo vela e tudo providencia. Deus, que rege o Universo e governa todas as vidas.

*   *   *

O político brasileiro Carlos Lacerda, que sempre foi reconhecido como brilhante intelectual, acreditava em Deus por uma simples argumentação lógica.

Ele se dizia ignorante em eletricidade, mas sabia que a devia atribuir ao eletricista que, juntando dois fios, produz uma faísca apenas menor do que a que fulgura entre nuvens no espaço.

Ora, dizia, por que deverei acreditar que o eletricista é capaz de ligar o positivo e o negativo e fazer luz e não em Deus, que produziu o eletricista?

Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais
 extraídos do cap. 2, do livro
A presença de Deus,
de Richard Simonetti, ed. São João.
Em 17.1.2017.

 

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